Este blog tem por finalidade (ou pretende) servir de apoio na formação continuada dos professores de Sala de Leitura da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, com a presença de textos teóricos e pensamentos de estudiosos e/ou especialistas na área da leitura e da Literatura envolvendo as diferentes linguagens artísticas lidas na escola.
sábado, 27 de novembro de 2010
MARATONA RACHEL DE QUEIROZ NA ABL
No último dia 9 de novembro estivemos na Academia Brasileira de Letras para a solenidade de premiação da Maratona Rachel de Queiroz.
Mais uma vez as Salas de Leitura das escolas municipais demonstraram sua competência na mediação da leitura e na orientação dos trabalhos de redação feitos pelos alunos.
Os alunos e professores presentes, além dos certificados e livros, foram premiados com a apresentação de um belíssimo e emocionante musical pelos alunos da E.M. Cuba, da 4ªCRE.
O musical teve letras e músicas compostas pelos alunos a partir da leitura de O Quinze, primeiro livro da escritora centenária. No programa Educação em Rede da MultiRio que entrevista a professora Simone Monteiro de Araujo, coordenadora do projeto Rio, uma cidade de leitores, são exibidos alguns trechos do musical competentemente organizado e dirigido pela professora de Sala de Leitura Vera Bastos.
A redação premiada e lida pela aluna Stefanye Rafael Jardim, da E.M. Barão da Taquara, também emocionou a todos. Inspirada pela leitura do livro A menina que roubava livros, Stefanye coloca a morte dialogando com a vida e a obra de Rachel de Queiroz.
A redação de Stefanye pode ser lida no portal da SME.
http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?article-id=1287681
sábado, 13 de novembro de 2010
A MENINA QUE ODIAVA LIVROS
Excelente vídeo para o trabalho de sala de leitura!
Sugestão de nossa amiga , e professora de sala de leitura, Luciana Barreto da E.M. Ceará. segunda-feira, 8 de novembro de 2010
IV ENCONTRO DE CINEMA NEGRO
Prezadas(os) Docentes,
Divulgo e indico, tendo em vista a importância dos mesmos no que se refere a Educação e as história(s) e cultura(s) africanas e afro-brasileiras, os abaixo relacionados seminários e sessões de filmes do IV ENCONTRO AFROCARIOCA DE CINEMA.
Informo que:
OS SEMINARIOS SERÃO GRATUITOS
AS SESSÕES DE CINEMA PARA PROFESSORES (AS) E UM (A) ACOMPANHANTE, também, terão gratuidade, desde que apresentem comprovante.
Maiores informações: http://www.encontrodecinemanegro.com.br/
Cordialmente
Azoilda Trindade
(pró educativo do Centro Afrocarioca de Cinema/RJ)
Seminários
10 DE NOVEMBRO
CINE ODEON BR - Praça Floriano, 7 - Cinelândia
10h - Seminário SENEGAL
. A importância da União dos países africanos
. Senegal - 50 anos de independência
. A importância do renascimento africano
Palestrante:
Prof. Dr. Iba Der Thiam, Historiador, Vice-Presidente do Congresso Nacional do Senegal
Sr. Amadou Lamine Faye, Especialista do Panafricanismo, Ministro da Diaspora.
Membros da mesa:
Prof. Dr. Madiagne Diallo (mediador), PUC-Rio
Mansour Sora Wade, cineasta, senegales
Zózimo Bulbul, cineasta, brasileiro
11 DE NOVEMBRO
CINE ODEON BR - Praça Floriano, 7 - Cinelândia
10h - Seminário AS VÁRIAS ÁFRICAS
. 50 anos de independência da Costa do Marfim, Chad e R.D. Congo
. A libertação de Cabo Verde
. Literatura, cinema e a importância dos roteiros
Mesa Redonda:
Sra. Ruth Pinheiro (mediadora)
Idriss Diabate - cineasta, Costa do Marfim
Guenny Pires - cineasta, Cabo Verde
Mahamat Seleh Haroun, cineasta, Chad
Léandre Alain Backer, cineasta, Republica Democratica do Congo
Sessões de filmes especiais para educadoras e educadores
10 DE NOVEMBRO
CENTRO CULTURAL JUSTIÇA FEDERAL - Av. Rio Branco, 241 - Centro
14h
ASWAD - Diáspora Africana - 72’
Júlio Tavares
Debate com o cineasta após a sessão
SINOPSE: ASWAD – Diáspora Africana de Júlio César Tavares; documentário, 72’ (Rio de Janeiro, 2005). Aswad significa “negro” em árabe e há dez anos dá nome também a uma das mais importantes conferências mundiais sobre a diáspora africana – a Association For The Study Of World African Diaspora (ASWAD), de Nova Iorque. O documentário do antropólogo e membro da coordenação do comitê de organização da ASWAD no Brasil, Júlio César de Tavares, faz um registro memorial da terceira edição da conferência, realizada em 2005, no Rio de Janeiro, com o objetivo de transformar o filme em uma ferramenta pedagógica a serviço da Lei nº 10.639/2003, que institui a obrigatoriedade do ensino da história africana e afro-brasileira nas escolas – o Brasil é o país com o maior índice populacional de descendentes africanos das Américas e o segundo maior do mundo, depois da Nigéria. Classificação: livre.
10 DE NOVEMBRO
CINE ODEON BR - Praça Floriano, 7 - Cinelândia
18h
Estreia de Renascimento Africano - 51’
Zózimo Bulbul (RJ)
SINOPSE: Renascimento Africano de Zózimo Bulbul; documentário, 56’ (Rio de Janeiro, 2010). O testemunho de uma África liberta, renovada e vigorosa pelo olhar do brasileiro Zózimo Bulbul, em colaboração com o senegalês Mansour Sora Wade. Através dos depoimentos de líderes políticos, religiosos, intelectuais, artesãos e pescadores, o filme discute os rumos de uma nova África, seus impactos sobre a política, a economia e a cultura mundiais, tomando como ponto de partida o entendimento do continente como berço da humanidade e a diáspora africana como um sexto continente. O filme tem como mote o grande símbolo do momento no continente: o portentoso monumeto que lhe empresta o título, com 54m de altura (um para cada país da África), inaugurado pelo governo do Senegal durante as comemorações do cinquentenário de independência dos países do Oeste africano, em abril deste ano. Classificação: livre.
11 DE NOVEMBRO
OI FUTURO em Ipanema
14h
Mumbi - 7'Viviane Ferreira (SP)
SINOPSE: Mumbi: 7 Cenas pós Burkina de Viviane Ferreira; documentário, 7’ (São Paulo, 2010). Depois de participar de um importante festival de cinema, a jovem cineasta Mumbi não consegue conceber sua próxima obra. A recordação de obras marcantes do cinema brasileiro reaciona seu processo criativo. Classificação: 16 anos.
Renascimento Africano - 53’
Zózimo Bulbul (RJ)
12 DE NOVEMBRO
ESPAÇO TOM JOBIM Rua Jardim Botânico, 1008
13h
Mumbi - 7’
Viviane Ferreira (SP)
Renascimento Africano - 53‘
Zózimo Bulbul (RJ)
13 DE NOVEMBRO
CENTRO CULTURAL JUSTIÇA FEDERAL Av. Rio Branco, 241 - Centro
14h
Pensando em Cheikh Anta Diop | 26’
Zózimo Bulbul (RJ)
SINOPSE:Pensando em Cheikh Anta Diop de Zózimo Bulbul; documentário, 26’ (Rio de Janeiro, 2010) – na casa do reitor da Universidade Cheikh Anta Diop, em Dakar, professores e intelectuais senegaleses contam suas vivências com o antropólogo, político e historiador falecido em 1986 e discorrem sobre seu pensamento e sua importância no resgate da auto-estima do povo africano.
Renascimento Africano - 53'
Zózimo Bulbul
Debate com o cineasta Zózimo Bulbul e o Professor Madiagne Diallo
HAPPY HOUR NA BIBLIOTECA NACIONAL
PAIXÃO DE LER POESIA
A POESIA TOMA CONTA DA CIDADE
Por Elizabeth Caldas de Almeida*
E eu estive lá!
Foi simplesmente maravilhoso o encontro com Ferreira Gullar na Biblioteca Nacional!
Estamos em novembro e o tempo continua a fugir de nós, agora com mais avidez ainda...
No meio dessa guerra, que sempre perdemos, passei a véspera e o dia entre aulas, preparativos para o sarau, organização da culminância coletiva das três escolas da Ilha do Governador participantes do projeto Teatro das Letras, e tentando me comunicar com a Biblioteca Nacional para realizar a inscrição no lançamento do Paixão de Ler com a presença do poeta aniversariante Ferreira Gullar. A loucura que nos enforca no fim de ano na escola – estamos em novembro, meu Deus... não me permitia uma “dedicação exclusiva” ao telefone e resolvi arriscar. Valeu a pena, ora se valeu!
Noite/tarde de sexta-feira, jardim com flores e pássaros cantando, música ao vivo, um coquetel para fechar a semana... Existe lugar mais perfeito para desfrutar da paixão de ler, ainda mais Paixão de Ler Poesia?
A tarde estava quente e logo na entrada, restrita, apesar de o jornal anunciar entrada franca para quem quisesse desfrutar da presença poética de Ferreira Gullar, o coração bateu forte com a possibilidade de não entrar. Mas a poesia que há em mim, conversou com a poesia que impregnava o jardim e consegui entrar. Eu não só merecia, mas precisava estar ali, principalmente depois de ficar no quarto da pousada passando mal e olhando o ingresso que havia comprado para ouvi-lo na Tenda dos Autores, na última FLIP.
Foi com maestria o poeta nos falou de literatura, política e vida. Tudo recheado com muito humor e amor à arte de pintar com as palavras o universo da vida.
Ao abrir o bate-papo, Sechim nos advertiu que seria uma “entrevista improvisada” apesar de ter em mãos um breve roteiro muito bem preparado que nos levou a um passeio pela obra de Gullar.
Sempre com os cabelos longos e brancos e seu franco sorriso, o poeta nos brindou com “causos” e leitura de seus poemas. Falou-nos que as fases apontadas pelos especialistas não foram planejadas, mas foram acontecendo junto com as perplexidades e descobertas da vida, na busca por algo mais, a inquietação. Daí em alguns momentos ele ter sido quase que exclusivamente político e até panfletário porque queria mesmo a revolução.
Falou sobre sua incursão no teatro, inicialmente com Vianinha, no Opinião, e sobre o acaso, coisa que considera preponderante na vida.
Antonio Carlos Sechin contou-nos sobre um presente maravilhoso que recebeu da mulher de Gullar quando este completou 50 anos: Um livro totalmente artesanal, em madeira e couro, com um único poema, escrito especialmente para ele e um fragmento de um quadro dividido em 50 pedaços, cada um para um livro. E ainda dizem que o livro eletrônico pode substituir isso!...
Sua voz de poeta e cidadão ecoa em meus ouvidos e mente, me instigando a reler o que já li e a ler o que ainda não li. Poesia engajada, poesia de amor, poesia política, poesia poesia...
Obrigada, Gullar! Na sexta-feira, depois desse maravilhoso “happy hour” voltei para casa inteiramente feliz. A tristeza não serve mesmo para nada!
Mais 80 poeta, no mínimo mais 80 anos é o que desejamos!
*Elizabeth Caldas de Almeida é professora da Sala de Leitura da E.M. Gurgel do Amaral.
sábado, 6 de novembro de 2010
LIVROS DA BILIOTECA DO PROFESSOR
A votação è até 10/11, no site da prefeitura. Vamos lá!
Literatura Brasileira
1. Último trem
Autor: Marco Simas
Editora: Vieira & Lent
Autor: Marco Simas
Editora: Vieira & Lent
2. Dois irmãos
Autor: Milton Hatoum
Editora: Companhia das Letras
Autor: Milton Hatoum
Editora: Companhia das Letras
3. Melhores Poemas Ferreira Gullar
Autor: Ferreira Gullar
Editora: Global
Autor: Ferreira Gullar
Editora: Global
4. Escola de Gigantes
Autor: Susana Fuentes
Editora: 7 Letras
Autor: Susana Fuentes
Editora: 7 Letras
5. Conversa no Mundo dos Livros
Autor: Jose Mindlin
Editora: Agir
Autor: Jose Mindlin
Editora: Agir
Literatura Estrangeira
1. A Terceira xícara de chá
Autor: Greg Mortenson
Editora: Ediouro
2. Travessuras da menina má
Autor: Mario Vargas Llosa
Editora: Alfaguara
Autor: Mario Vargas Llosa
Editora: Alfaguara
3. Confesso que vivi
Autor: Pablo Neruda
Editora: Bertrand Brasil
Autor: Pablo Neruda
Editora: Bertrand Brasil
4. Ensaio sobre a cegueira
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
5. Pequena Abelha
Autor: Chris Cleave
Editora: Intrínseca
Autor: Chris Cleave
Editora: Intrínseca
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
EM DEFESA DE MONTEIRO LOBATO
Ana Celeste de Vasconcellos Reis Moraes *
Em primeiro lugar gostaria de ressaltar que o livro ‘Caçadas de Pedrinho’, um clássico da literatura infantil escrito por Monteiro Lobato foi publicado em 1933, época que ainda não tínhamos as leis voltadas para as políticas públicas sobre as relações étnico-raciais. Também não podemos esquecer que nessa época a criança não tinha vez nem voz na sociedade e foi Lobato primeiro autor que deu voz a essas crianças, tratando-as com respeito, acredito que esteja aí seu sucesso, que permanece até nossos dias.
RESPEITO É BOM E QUEM NÃO GOSTA?
Devemos lembrar que na literatura infanto- juvenil existem obras que discriminam a mulher, o pobre, a criança, e outros grupos. Sem contar com os livros em que seus personagens têm atitudes que não condizem com a “filosofia do politicamente correto” tão discutida nos dias de hoje. Acredito que censurar não é o caminho correto, o caminho é um diálogo bem orientado. Não adianta esconder a sujeira em baixo do tapete, fazer isso é omissão por parte de todos nós, pais, avós, professores ou responsáveis por essas crianças.
Quanto ao trabalho do professor, este pode contextualizar o problema do racismo na época, comparar com os dias de hoje e usar a sua criatividade para promover a discussão em sala de aula. O papel do professor é ser o mediador da leitura, oferecer elementos e informações sobre o contexto em que o livro foi escrito. Os professores são capazes e preparados para lidar com situações deste tipo, basta ter bom senso e critérios de julgamento para elaborar e organizar as informações com seus alunos.
*Ana Celeste de Vasconcellos Reis Moraes – Mestre em Educação - Professora de Sala de Leitura da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro
ASSINE O MANIFESTO ABAIXO!
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7383
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domingo, 31 de outubro de 2010
REFLEXÃO PARA O VOTO
POEMA DA MENTE
Affonso Romano de Sant`Anna
Há um candidato a presidente que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele mente sincera/mente,
Mais que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente, desavergonhadamente.
E mente tão nacional/mente,
com o apoio da mídia GLOBOalmente
Que acha que mentindo história afora,
Vai nos enganar eterna/mente.
Acrescento que não só mente,
mas quer chegar ao Planalto custe o que custar,
quer trazer um passado triste,
que matou sonhos e conspirou covarde\mente
contra os mais pobres e miseráveis
e que agora se diz querer a todos que
vivam decente\mente, democraticamente...,
e quem quer crer nesse presidente SERRA,
que creia, mais só crê nisso
quem for de\mente.
Honestamente deprimente, indecente.
Affonso Romano de Sant`Anna
Há um candidato a presidente que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele mente sincera/mente,
Mais que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente, desavergonhadamente.
E mente tão nacional/mente,
com o apoio da mídia GLOBOalmente
Que acha que mentindo história afora,
Vai nos enganar eterna/mente.
Acrescento que não só mente,
mas quer chegar ao Planalto custe o que custar,
quer trazer um passado triste,
que matou sonhos e conspirou covarde\mente
contra os mais pobres e miseráveis
e que agora se diz querer a todos que
vivam decente\mente, democraticamente...,
e quem quer crer nesse presidente SERRA,
que creia, mais só crê nisso
quem for de\mente.
Honestamente deprimente, indecente.
CONSELHO DE EDUCAÇÃO QUER VETAR LIVRO DE MONTEIRO LOBATO EM ESCOLAS
Publicado na Folha de São Paulo em 29/10/2010
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Monteiro Lobato (1882-1948), um dos maiores autores de literatura infantil, está na mira do CNE (Conselho Nacional de Educação). Um parecer do colegiadopublicado no "Diário Oficial da União" sugere que o livro "Caçadas de Pedrinho"não seja distribuído a escolas públicas, ou que isso seja feito com um alerta,sob a alegação de que é racista.
Para entrar em vigor, o parecer precisa ser homologado pelo ministro da
Educação, Fernando Haddad. O texto será analisado pelo ministro e pela
Secretaria de Educação Básica. O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a
colégios de ensino fundamental pelo PNBE (Programa Nacional de Biblioteca na
Escola).
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensãodos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
Publicado em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo na procura de uma onça-pintada. Conforme o parecer do CNE, oracismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como ourubu e o macaco.
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz a conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG.
Entre os trechos que justificariam a conclusão, o texto cita alguns em que Tia
Nastácia é chamada de "negra". Outra diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus
numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".
Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens".
Por isso, Nilma sugere ao governo duas opções: 1) não selecionar para o PNBE
obras que descumpram o preceito de "ausência de preconceitos e estereótipos";2) caso a obra seja adotada, tenha nota "sobre os estudos atuais e críticos quediscutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
À Folha Nilma disse que a obra pode afetar a educação das crianças. "Se temos
outras que podemos indicar, por que não indicá-las?"
Seu parecer, aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE, foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência, que a recebeu de Antonio Gomes da Costa Neto, mestrando da UnB.
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Monteiro Lobato (1882-1948), um dos maiores autores de literatura infantil, está na mira do CNE (Conselho Nacional de Educação). Um parecer do colegiadopublicado no "Diário Oficial da União" sugere que o livro "Caçadas de Pedrinho"não seja distribuído a escolas públicas, ou que isso seja feito com um alerta,sob a alegação de que é racista.
Para entrar em vigor, o parecer precisa ser homologado pelo ministro da
Educação, Fernando Haddad. O texto será analisado pelo ministro e pela
Secretaria de Educação Básica. O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a
colégios de ensino fundamental pelo PNBE (Programa Nacional de Biblioteca na
Escola).
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensãodos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
Publicado em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo na procura de uma onça-pintada. Conforme o parecer do CNE, oracismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como ourubu e o macaco.
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz a conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG.
Entre os trechos que justificariam a conclusão, o texto cita alguns em que Tia
Nastácia é chamada de "negra". Outra diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus
numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".
Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens".
Por isso, Nilma sugere ao governo duas opções: 1) não selecionar para o PNBE
obras que descumpram o preceito de "ausência de preconceitos e estereótipos";2) caso a obra seja adotada, tenha nota "sobre os estudos atuais e críticos quediscutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
À Folha Nilma disse que a obra pode afetar a educação das crianças. "Se temos
outras que podemos indicar, por que não indicá-las?"
Seu parecer, aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE, foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência, que a recebeu de Antonio Gomes da Costa Neto, mestrando da UnB.
sábado, 30 de outubro de 2010
MOVIMENTO POR UM BRASIL LITERÁRIO
"A literatura nos abre mundos. Lendo é possível estabelecer uma profunda relação de intimidade entre o leitor, o escritor e os seus personagens. Ao abrir um livro, uma nova história começa sob a perspectiva de quem o lê. A leitura literária possibilita o exercício da liberdade, abre espaço para a fantasia e o poder de criar. É capaz de abrir um diálogo entre o vivido e o sonhado, de acolher as inquietudes e incluir as diferenças, como mostra o Manifesto por um Brasil literário. Na recomposição do sentido da vida, no resgate capaz de gerar outra vez emoção e na manutenção da memória de quem somos, a leitura literária pode exercer sua função social."
Visite o site e filie-se. Participe.
RETIRADO:Moviemento por um Brasil Literário
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
5º CHÁ LITERÁRIO DA EMAT
Cheguei a pouco de mais delicioso Chá Literário na E. M. Anísio Teixeira, que a cada ano se aprimora.
Os alunos, muito bem orientados pela competentíssima equipe de Língua Portuguesa, além de calorosa recepção aos convidados, deram boa mostra de produção textual, como sempre, de qualidade.
Interdisciplinaridade e expressão da literatura em diferentes linguagens também vem se afinando também. Teatro, dança, música, cinema, declamação e leitura de poemas e frases de Mario Quintana, o autor homenageado, tornaram a tarde de hoje um presente para quem estava lá. As famílias presentes se emocionaram juntamente com ex-professores.
A intertextualidade com Quintana, Drummond, Neruda e outros ícones da literatura geraram textos de opinião e revelaram jovens poetas.
Neste ano, Ana Lúcia, a professora da Sala de Leitura, mais uma vez ousou, ao buscar interseção do autor homenageado, Quintana, com Noel Rosa e para isso contou com a participação do estagiário da escola, não por acaso filho de um ex-professor da EMAT, que trouxe colegas de faculdade, um jovem poeta e também um músico para tocar e falar sobre o poeta da Vila.
Saímos de lá embalados pela genialidade musical de Noel, e eu, reflexiva.
A E.M. Anísio Teixeira, até então única escola de 6º ao 9º ano, com horário integral dentre as 1064 escolas, foi tornada Ginásio Carioca. A Equipe Pedagógica da escola perde autonomia em gestão de projetos muito particulares assim como alguns elementos do corpo docente de grande valor, impossibilitados pela obrigatoriedade de 40 horas semanais.
Para finalizar, deixo uma mensagem – METADE – que expressa um pouco do sentimento de quem conviveu por 5 anos com uma equipe comprometida com o aluno e sua formação cidadã, sujeitos críticos antes de qualquer coisa.
http://www.youtube.com/watch?v=ze3yMTMB8-Y
É como sempre reafirma Ana... “Não somos nem melhores nem piores, somos apenas diferentes”
Concluo com um poema de Quintana, porque, como diz Fátima Miguez, hoje é quinta-feira, dia de Quintanear...
A NOSSA CANÇÃO DE RODA
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo
como a voz dos passarinhos-
mas que será que dizia?
A nossa canção de roda
era boba como a lua.
Mas a roda dispersou-se
cada qual perdeu seu par...
Agora,nossos fantasmas meninos
talvez a cantem na lua...
talvez que junto a algum leito
a morte a esteja a cantar
como quem nana um filhinho...
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo:era
uma girândola de vozes
chispando
mais lindas do que as estrelas
era uma fogueira acesa
para enganar o medo, o grande medo
que a Noite sentia da sua própria escuridão.
Mario Quintana
in "Baú de Espanto"
Como sempre digo, quem não foi, perdeu!
Os alunos, muito bem orientados pela competentíssima equipe de Língua Portuguesa, além de calorosa recepção aos convidados, deram boa mostra de produção textual, como sempre, de qualidade.
Interdisciplinaridade e expressão da literatura em diferentes linguagens também vem se afinando também. Teatro, dança, música, cinema, declamação e leitura de poemas e frases de Mario Quintana, o autor homenageado, tornaram a tarde de hoje um presente para quem estava lá. As famílias presentes se emocionaram juntamente com ex-professores.
A intertextualidade com Quintana, Drummond, Neruda e outros ícones da literatura geraram textos de opinião e revelaram jovens poetas.
Neste ano, Ana Lúcia, a professora da Sala de Leitura, mais uma vez ousou, ao buscar interseção do autor homenageado, Quintana, com Noel Rosa e para isso contou com a participação do estagiário da escola, não por acaso filho de um ex-professor da EMAT, que trouxe colegas de faculdade, um jovem poeta e também um músico para tocar e falar sobre o poeta da Vila.
Saímos de lá embalados pela genialidade musical de Noel, e eu, reflexiva.
A E.M. Anísio Teixeira, até então única escola de 6º ao 9º ano, com horário integral dentre as 1064 escolas, foi tornada Ginásio Carioca. A Equipe Pedagógica da escola perde autonomia em gestão de projetos muito particulares assim como alguns elementos do corpo docente de grande valor, impossibilitados pela obrigatoriedade de 40 horas semanais.
Para finalizar, deixo uma mensagem – METADE – que expressa um pouco do sentimento de quem conviveu por 5 anos com uma equipe comprometida com o aluno e sua formação cidadã, sujeitos críticos antes de qualquer coisa.
http://www.youtube.com/watch?v=ze3yMTMB8-Y
É como sempre reafirma Ana... “Não somos nem melhores nem piores, somos apenas diferentes”
Concluo com um poema de Quintana, porque, como diz Fátima Miguez, hoje é quinta-feira, dia de Quintanear...
A NOSSA CANÇÃO DE RODA
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo
como a voz dos passarinhos-
mas que será que dizia?
A nossa canção de roda
era boba como a lua.
Mas a roda dispersou-se
cada qual perdeu seu par...
Agora,nossos fantasmas meninos
talvez a cantem na lua...
talvez que junto a algum leito
a morte a esteja a cantar
como quem nana um filhinho...
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo:era
uma girândola de vozes
chispando
mais lindas do que as estrelas
era uma fogueira acesa
para enganar o medo, o grande medo
que a Noite sentia da sua própria escuridão.
Mario Quintana
in "Baú de Espanto"
Como sempre digo, quem não foi, perdeu!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
MAIORIDADE LITERÁRIA!
Ontem estivemos no laçamento do livro de Anna Claudia Ramos, Pra onde vão os dias que passam?, com ilustrações de Martha Werneck, pela editora Escrita Fina.
Foi uma linda festa, com a presença dos familiares, amigos e fãs. O sorriso e o brilho no olhar foi só um tantinho de felicidade da Anna.
Vejam o que a autora diz na apresentação do livro:
"Apresentar esta nova edição do meu livro Pra onde vão os dias que passam? é como dizer ao mundo que o filho mais velho de minha prole de papel está completando 18 anos.
A primeira edição foi publicada pela Editora Ao Livro Técnico em setembro de 1992. Tinha ilustrações de Rui de Oliveira, quarta capa assinada por Anna Maria Machado. Tudo o que uma escritora iniciante poderia desejar para seu primeiro livro. E havia naquela publicação um marco: Pra onde vão os dias que passam? era o niício da concretização de minha necessidade de reinventar a vida pelas histórias.
Escrever este livro foi a maneira que encontrei de buscar algumas respostas para tantas perguntas que moram em mim, sobretudo perguntas sobre o tempo, tema recorrente em meus livros. Com a personagem Mariana, pude perder medos e alargar horizontes. Quer coisa mais mágica do que isto? Poder criar e reinventar novas possibilidades de ser. Adoro esse encantamento!"
Então... Ficaram curiosos? Faça como eu: leia o livro e os depoimentos citados! Vocês não se arrependerão!
Foi uma linda festa, com a presença dos familiares, amigos e fãs. O sorriso e o brilho no olhar foi só um tantinho de felicidade da Anna.
Vejam o que a autora diz na apresentação do livro:
"Apresentar esta nova edição do meu livro Pra onde vão os dias que passam? é como dizer ao mundo que o filho mais velho de minha prole de papel está completando 18 anos.
A primeira edição foi publicada pela Editora Ao Livro Técnico em setembro de 1992. Tinha ilustrações de Rui de Oliveira, quarta capa assinada por Anna Maria Machado. Tudo o que uma escritora iniciante poderia desejar para seu primeiro livro. E havia naquela publicação um marco: Pra onde vão os dias que passam? era o niício da concretização de minha necessidade de reinventar a vida pelas histórias.
Escrever este livro foi a maneira que encontrei de buscar algumas respostas para tantas perguntas que moram em mim, sobretudo perguntas sobre o tempo, tema recorrente em meus livros. Com a personagem Mariana, pude perder medos e alargar horizontes. Quer coisa mais mágica do que isto? Poder criar e reinventar novas possibilidades de ser. Adoro esse encantamento!"
Então... Ficaram curiosos? Faça como eu: leia o livro e os depoimentos citados! Vocês não se arrependerão!
domingo, 24 de outubro de 2010
PARABÉNS ZIRALDO! OS PROFESSORES DE SALA DE LEITURA DA REDE MUNICIPAL DO RIO SÃO MALUQUINHOS POR VOCÊ!!!
A BELA BORBOLETA
"- Como você não está presa????
E a borboleta explicou:
- Eu não estou presa,porque cada vez que uma menina -que gosta do Gato-de-Botas,por exemplo - abre este livro e move suas páginas.eu bato minhas asas!
_ Eu não estou presa,porque,cada vez que o pai de um menino - com saudade do Peter Pan -tira este livro da estante e torna a passar suas páginas,eu volto a voar.
- Eu voo com Alice ou com os Sete Anões,eu voo com a Branca de Neve ou com Príncipe Encantado...
- Eu voo em cada sono da Bela adormecida,eu voo nos ponteiros do Coelho do Relógio,eu voo em cada sonho do Patinho Feio.quando alguém abre o livro e folheia minhas páginas -terminou a borboleta,toda emocionada.quase virando poeta.
- Mas é claro! - falou o menos dos Anõezinhos. Ela só não voa quando o livro está fechado! .... "
Ziraldo
Parabéns e obrigada por todas as borboletas que faz voar. Quantos de nós e de nossos alunos voaram com suas borboletas! Saúde e muitas outras borbeletas mais!
Ana Lucia Miranda Pereira - Professora de Sala de Leitura da E.M. Anísio Teixeira.
sábado, 16 de outubro de 2010
PRIMAVERA DOS LIVROS
Enfim, chegou o evento literário mais charmoso da cidade...
A partir do dia 21/10, até o dia 24/10, estará acontecendo a 10ª Primavera dos Livros, nos Jardins do Museu da República, com entrada gratuita. promovida pela LIBRE em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
Além do desconto de 50% nos livros, no Dia do Professor (22/10), a LIBRE também organizou o Seminário Leitura e Aprendizagem: um exercício de muitos olhares, com direito a certificado
Além do desconto de 50% nos livros, no Dia do Professor (22/10), a LIBRE também organizou o Seminário Leitura e Aprendizagem: um exercício de muitos olhares, com direito a certificado
Nos encontramos vai no dia 22/10...
Beijos,
Regina Karla
Acessem o link para se inscrever no Seminário...
http://www.libre.org.br/professor.aspClique aqui para se inscrever:
http://www.libre.org.br/professor.asp
MENSAGEM DE FÁTIMA MIGUEZ PARA NÓS!
Primavera, 15 de outubro de 2010.
Salve o dia do professor!!! A paz em acordes de alegria!!! Parabéns pelo dia de hoje, o dia do mestre!!! Depurem cada vez mais o exercício de ser professor!!! Professor não é quem só ensina, professor é quem aprende ensinando... De presente, segue um texto poético sobre o meu sonho de ser professora que foi plantado na infância e regado a vida toda. Este texto faz parte do livro "Nas arte-manhas do imaginário infantil. O lugar da literatura na sala de aula.", da Editora Nova Fronteira. Tenham um dia feliz!! Um abraço festivo,
Fátima Miguez
UM DEPOIMENTO PESSOAL
Fátima Miguez
No princípio era o sonho... Eu brincava de ser professora riscando no portal da minha casa as aulas que eu sonhava dar... Cadernos velhos espalhados pelo chão eram alunos... No imaginário, cada um tinha um nome... Empilhados nas paredes ficavam os livros que eram, justamente, os tijolos descascados daquela humilde casa da infância. Casa que abrigava um dos mais ricos brinquedos de uma criança, a imaginação. Esta história pertence a um tempo que fez da inventividade da criança o motor natural da sua infância. E brincando de dar aulas fui descobrindo o feitiço da minha primeira experiência como professora. Assim, fui lançando sementes na Terra da minha infância grávida de desejos puros, ainda imaturos... Então, eu-menina-professora ia tecendo belas lições na tela das brincadeiras preferidas. E na solidão daquela sala repleta de alunos imaginários, o eu-menina preparava a morada do eu-adulto que, aos poucos, desabrochava... Nas floradas da vida meu ser ia frutificando sempre novas esperanças... De risco em risco, fui desenhando meu futuro, sem saber ao certo quem era a professora, quem era eu, pois cada vez mais nós nos confundíamos... Eu cresci, ela, também, cresceu dentro de mim e nos lançamos no desejo de arriscar, de colocar em prática o sonho que eu-menina escrevi no portão do meu quintal. Sei que tenho nessas horas de sonho da infância a minha descoberta mais profunda. E, como um poeta-sementeiro na Terra da Poesia fui atirando rimas de amor e esperança ao solo já tão desgastado da profissão-amada e fui criando raízes nessa travessia muito apaixonada. Cada vez mais fui me descobrindo nas tantas buscas em que me envolvi pelos caminhos do Magistério, percebendo que o quintal dos antigos sonhos estava, finalmente renascendo de verdade nas salas de aula da Universidade. E, agora, não mais imatura, eu tinha além do diploma, o olhar confiante dos alunos, presenças-presentes no meu dia-a-dia profissional. Alunos que buscam em mim respostas para as perplexas indagações do mundo, olhares desafiantes que se lançam no trágico e fascinante itinerário do conhecer. Fui percebendo que o chamado profissional era a senha da minha vida, pois o encanto da profissão desejada não passava, aumentava em inquietante busca. Comecei a descobrir a magia de estar junto daqueles que considero parceiros de ideais e que sempre privilegiei na minha jornada profissional: os meus alunos. E com a crença de que sonhamos o mesmo sonho, pois os sonhos não envelhecem, e como no poema se Mário Quintana designado "Imemorial": sempre que se sonha alguma coisa / tem-se a idade do tempo em que as sonhamos..., fui disseminando nos meus parceiros-alunos a faísca vocacional.
Sabemos, pois, que o sonho é a energia primeira, é o começo de toda grande concretização. É a alegria autêntica desta descoberta que deve fortalecer, conservar e impulsionar toda história profissional. É este momento inaugural de toda vocação que precisa estar sempre vivo, palpitando no ser poético da profissão. Portanto, o professor, assim como o artista _ mestres no dizer e no sonhar _ devem procurar escutar seu ideal para transformá-lo num cantar maior ofertado à comunhão dos homens.
Esta é a misteriosa força que devemos manifestar no caloroso convívio da sala de aula. Estou certa de que esse depoimento pessoal resgatando a origem da minha trajetória docente é testemunho do chamado da missionária profissão do magistério. É o exercício dessa paixão constante que tenho levado para os encontros com professores nas oficinas de literatura infantil e juvenil.
Tenho afirmado nessas oficinas que o prazer de manifestar o ser poético do magistério é algo carente de revitalização por parte dos profissionais da área. Precisamos afastar o desânimo das decepções, dos obstáculos que se colocam, muitas das vezes, diante daqueles que lutam por uma Educação melhor e acionar um dispositivo utópico para reacender o vigor vocacional.
Fátima Miguez
No princípio era o sonho... Eu brincava de ser professora riscando no portal da minha casa as aulas que eu sonhava dar... Cadernos velhos espalhados pelo chão eram alunos... No imaginário, cada um tinha um nome... Empilhados nas paredes ficavam os livros que eram, justamente, os tijolos descascados daquela humilde casa da infância. Casa que abrigava um dos mais ricos brinquedos de uma criança, a imaginação. Esta história pertence a um tempo que fez da inventividade da criança o motor natural da sua infância. E brincando de dar aulas fui descobrindo o feitiço da minha primeira experiência como professora. Assim, fui lançando sementes na Terra da minha infância grávida de desejos puros, ainda imaturos... Então, eu-menina-professora ia tecendo belas lições na tela das brincadeiras preferidas. E na solidão daquela sala repleta de alunos imaginários, o eu-menina preparava a morada do eu-adulto que, aos poucos, desabrochava... Nas floradas da vida meu ser ia frutificando sempre novas esperanças... De risco em risco, fui desenhando meu futuro, sem saber ao certo quem era a professora, quem era eu, pois cada vez mais nós nos confundíamos... Eu cresci, ela, também, cresceu dentro de mim e nos lançamos no desejo de arriscar, de colocar em prática o sonho que eu-menina escrevi no portão do meu quintal. Sei que tenho nessas horas de sonho da infância a minha descoberta mais profunda. E, como um poeta-sementeiro na Terra da Poesia fui atirando rimas de amor e esperança ao solo já tão desgastado da profissão-amada e fui criando raízes nessa travessia muito apaixonada. Cada vez mais fui me descobrindo nas tantas buscas em que me envolvi pelos caminhos do Magistério, percebendo que o quintal dos antigos sonhos estava, finalmente renascendo de verdade nas salas de aula da Universidade. E, agora, não mais imatura, eu tinha além do diploma, o olhar confiante dos alunos, presenças-presentes no meu dia-a-dia profissional. Alunos que buscam em mim respostas para as perplexas indagações do mundo, olhares desafiantes que se lançam no trágico e fascinante itinerário do conhecer. Fui percebendo que o chamado profissional era a senha da minha vida, pois o encanto da profissão desejada não passava, aumentava em inquietante busca. Comecei a descobrir a magia de estar junto daqueles que considero parceiros de ideais e que sempre privilegiei na minha jornada profissional: os meus alunos. E com a crença de que sonhamos o mesmo sonho, pois os sonhos não envelhecem, e como no poema se Mário Quintana designado "Imemorial": sempre que se sonha alguma coisa / tem-se a idade do tempo em que as sonhamos..., fui disseminando nos meus parceiros-alunos a faísca vocacional.
Sabemos, pois, que o sonho é a energia primeira, é o começo de toda grande concretização. É a alegria autêntica desta descoberta que deve fortalecer, conservar e impulsionar toda história profissional. É este momento inaugural de toda vocação que precisa estar sempre vivo, palpitando no ser poético da profissão. Portanto, o professor, assim como o artista _ mestres no dizer e no sonhar _ devem procurar escutar seu ideal para transformá-lo num cantar maior ofertado à comunhão dos homens.
Esta é a misteriosa força que devemos manifestar no caloroso convívio da sala de aula. Estou certa de que esse depoimento pessoal resgatando a origem da minha trajetória docente é testemunho do chamado da missionária profissão do magistério. É o exercício dessa paixão constante que tenho levado para os encontros com professores nas oficinas de literatura infantil e juvenil.
Tenho afirmado nessas oficinas que o prazer de manifestar o ser poético do magistério é algo carente de revitalização por parte dos profissionais da área. Precisamos afastar o desânimo das decepções, dos obstáculos que se colocam, muitas das vezes, diante daqueles que lutam por uma Educação melhor e acionar um dispositivo utópico para reacender o vigor vocacional.
Que este vigor esteja sempre presente no dia-a-dia de cada um de vocês que como professores, ou mestres da palavra, tocam corações e plantam sementes de esperanças construindo, assim, um mundo melhor. Tenham todos um fim de semana lindo com muita paz no coração. Feliz dia dos professores!!! Um abraço festivo,
Fátima Miguez
ANNA CLAUDIA RAMOS LANÇA LIVRO NO RJ
Queridas amigas,
este lançamento é muito especial para mim.
Estou comemorando minha maioridade literária: 18 anos publicando livros para crianças e jovens.
Será uma alegria imensa ter vocês por perto neste dia, pois cada um de vocês faz parte da minha trajetória.
um beijo grande e até dia 25 de outubro!!
Anna Claudia
DICA DO ITAÚ CULTURAL
Pessoal
A Fundação Itaú está distribuindo gratuitamente um kit de livros infantis. É só entrar no link abaixo e se cadastrar.O objetivo é incentivar a leitura infantil.
A Fundação Itaú está distribuindo gratuitamente um kit de livros infantis. É só entrar no link abaixo e se cadastrar.O objetivo é incentivar a leitura infantil.
Eu já pedi o meu !!!!!!
Divulguem para os amigos com crianças!
http://www.lerfazcrescer.com.br
Divulguem para os amigos com crianças!
http://www.lerfazcrescer.com.br
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!!
Os livros21
View more presentations from Regina Karla de Azevedo.
"Dentro do projeto Rio, uma cidade de Leitores, dentro do projeto Ceará, uma escola de Leitores e dentro do meu projeto pessoal de fazer da leitura parte da minha vida, gostaria de compartilhar com vocês esse trabalho que achei sensacional. Esta é minha contribuição e homenagem a todos os professores de Sala de Leitura ,que fazem do livro parte de suas existências.
Abraços carinhosos,
Luciana Barreto, Sala de Leitura E.M. Ceará
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
ANA MARIA MACHADO GANHA UM NOVO PRÊMIO INTERNACIONAL
A escritora e membro da Academia Brasileira de Letras Ana Maria Machado é a primeira ficcionista brasileira e ganhar o Prêmio Príncipe Claus. O anúncio foi feito em cerimônia pública em Amsterdam no dia 7 de setembro e a entrega do prêmio de 25 mil euros será feita em janeiro de 2011. A decisão foi de um júri internacional a serviço do Fundo Príncipe Claus – uma plataforma de intercâmbio cultural holandesa que, desde 1997, busca dar ênfase ao reconhecimento da cultura como pré-requisito para o progresso material.
O parecer do júri assinala que a Ana Maria Machado “escreve histórias poderosas que tratam de preconceitos e dos direitos humanos, sempre com um olhar original, bem humorado e poético, por intermédio de uma consumada maestria da escrita”.
PublishNews - 10/09/2010 - Redação
DECLAME PARA DRUMMOND
Que tal enviar um poema de aniversário para Drummond? Em homenagem aos 102 anos de um dos maiores ícones da poesia brasileira, Carlos Drummond de Andrade, em 31 de outubro de 2010, será realizada uma intervenção poética na praia de Copacabana, junto à estátua do poeta.
A homenagem consiste na instalação de balões a gás por 102 metros de orla com poemas oferecidos por poetas de todo o Brasil, conhecidos ou não. A idealização e curadoria do Declame para Drummond é da poeta e produtora cultural Marina Mara, que desenvolve projetos de popularização da poesia por todo o país.
Envie o seu poema (ou o poema de sua escolha) em homenagem a Drummond até o dia 22 de outubro de 2010 para marinamara@gmail.com.
Participe!
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
DESAFIOS
Começamos mais uma semana, mais um mês, que para nós é de muito trabalho e uma infinidade de desafios, em especial o desafio de colocar a leitura nas praças.
Vem aí a 6ª Maratona de Histórias da rede municipal do Rio, momento de colocarmos nosso bloco na rua, mostrar para a cidade um Rio de leitores que somos e formamos há vários anos.
Tomemos as praças! Abramos nossas escolas e as portas das Salas de Leitura para as famílias, para a comunidade do entorno, derramando sobre toda a cidade os prazeres da leitura!
A mudança de data da Maratona de Histórias, que antes se realizava no dia 31 de outubro, não foi muito feliz, pois nosso desafio maior é o tempo, que parece ter asas cada vez maiores, fugindo ao nosso controle.
Para nossa reflexão neste momento, mais um poema de Ronaldo Lima Lins
DESAFIO
Desafio é um convite,
um pleito, uma advertência...
Doce às vezes como o mel
pode se assemelhar ao fel.
É taça que se bebe quente,
prato que se come urgente.
Há desafios generosos
_ e há traçoeiros,
os que costumam cobrar a derrota
a peso de ouro e prata.
Em geral, não são singulares.
Têm qualidades e rostos
para todos os gostos,
armas terríveis,
de muitas possibilidades.
Vênce-los,
não é apenas a parte de um jogo.
É a vida em transmutação,
o errado que dá certo,
a marca do destino posta em dúvida...
Os maiores são aqueles
que começam
_ e os que terminam.
Pois o segredo do início
está no fim,
no círculo perfeito
do desenlace,
no instante da chegada,
a única e definitiva hora,
o lance mais ousado;
o que , verdadeiramente,
diz
que somos o que somos.
( "Mais do que a areia menos do que a pedra", Editora 7 Letras, páginas 125-126 )
Vem aí a 6ª Maratona de Histórias da rede municipal do Rio, momento de colocarmos nosso bloco na rua, mostrar para a cidade um Rio de leitores que somos e formamos há vários anos.
Tomemos as praças! Abramos nossas escolas e as portas das Salas de Leitura para as famílias, para a comunidade do entorno, derramando sobre toda a cidade os prazeres da leitura!
A mudança de data da Maratona de Histórias, que antes se realizava no dia 31 de outubro, não foi muito feliz, pois nosso desafio maior é o tempo, que parece ter asas cada vez maiores, fugindo ao nosso controle.
Para nossa reflexão neste momento, mais um poema de Ronaldo Lima Lins
DESAFIO
Desafio é um convite,
um pleito, uma advertência...
Doce às vezes como o mel
pode se assemelhar ao fel.
É taça que se bebe quente,
prato que se come urgente.
Há desafios generosos
_ e há traçoeiros,
os que costumam cobrar a derrota
a peso de ouro e prata.
Em geral, não são singulares.
Têm qualidades e rostos
para todos os gostos,
armas terríveis,
de muitas possibilidades.
Vênce-los,
não é apenas a parte de um jogo.
É a vida em transmutação,
o errado que dá certo,
a marca do destino posta em dúvida...
Os maiores são aqueles
que começam
_ e os que terminam.
Pois o segredo do início
está no fim,
no círculo perfeito
do desenlace,
no instante da chegada,
a única e definitiva hora,
o lance mais ousado;
o que , verdadeiramente,
diz
que somos o que somos.
( "Mais do que a areia menos do que a pedra", Editora 7 Letras, páginas 125-126 )
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
TEXTO DE RAQUEL DE QUEIROZ
Votar
Publicado na Revista O Cruzeiro, em 11 de janeiro de 1947
Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama governo democrático, ou governo do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato.
No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: governo do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVERNO.
Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.
Escolhem-se pelo voto aqueles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia.
Escolhemos igualmente pelo voto aqueles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aqueles que irão estipular a quantidade desses impostos. Vejam como é grave a escolha desses “cobradores”. Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gota de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bolso.
E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aqueles que vão receber, guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aqueles que vão “fabricar” o dinheiro. Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos.
Pois, se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falsários. Eles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero.
Não preciso explicar muito este capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder.
Escolhem-se nas eleições aqueles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático.
E, circunstância mais grave e digna de todo o interesse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de todas as forças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.
E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fez um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio - lembrem-se de que não vão proporcionar a esses sujeitos um simples emprego bem remunerado.
Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para eles comandarem - e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fossem.
Entregamos a esses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra - e a flor da nossa mocidade, a eles presa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador.
Votem, irmãos, votem. Mas pensem bem antes. Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto! Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva.
Porque, afinal, a mulher quando é ruim, dá-se uma surra, devolve-se ao pai, pede-se desquite. E o governo, quando é ruim, ele é que nos dá a surra, ele é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da boca dos nossos filhos e nos faz apodrecer na cadeia. E quando a gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo.
E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto. Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar este ou aquele candidato, não se preocupe. Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto.
Se o obrigam a prometer, prometa. Se tem medo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha. Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem medo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE. Falte com a palavra dada à força, e escute apenas a sua consciência. Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno.
LEMBREM-SE DO QUE NOS ACONTECEU EM 2008! sEM DÚVIDA É UM MOMENTO DECISIVO...
BEIJOS,
REGINA KARLA
terça-feira, 28 de setembro de 2010
EMOÇÃO
Depois da emoção da presença dos alunos de E.Especial Rotary na Mostra de dança, somente a emoção da poesia do professor e poeta Ronaldo Lima Lins, publicada aqui com seu consentimento e o comentário da também professora e poeta Fátima Miguez.
Presentes para nós neste dia chuvoso.
Aproveitamos para rcomendar a leitura do livro do Ronaldo!
Mais do que areia menos do que a pedra,
"Poema", do livro "Mais do que a areia menos do que a pedra", seleciono, para enfeitar o dia de vocês, texto que coloca à nu a forma de composição poética e suas possibilidades no ato da leitura. Leiam, muito bom!!! Tenham um dia inspirado!! Um abraço,
Fátima Miguez
POEMA
Um poema não diz.
Caminha entre o dito
e o não-dito.
Faz da sombra, claridade;
da claridade, trevas.
É - e não é - uma forma
de afirmar.
Um poema sai da palavra
e se veste,
como uma erva brota do asfalto:
para ficar,
certa de sua superioridade.
Por isso,
percorrê-lo, é descobrir a dor,
atravessar a revelação
e parar, no infinito,
sem entender.
Um poema tem pele, ossos.
Não tem rosto.
Voa como os pássaros não voam,
canta como os pássaros não cantam.
Para ouvi-lo, é preciso afinação.
Nada é mais moderno
do que um poema moderno.
Nada é mais clássico
do que um poema clássico.
E nada é mais - e menos-
do que um poema
clássico ou moderno.
Porque um poema não se mede
em quantidades.
O seu tamanho
é o do que pode e não pode,
do que deseja e não deseja
do que vê e não vê,
de qualidades que não se confessam
e cortam o ritmo da respiração.
Um trovador
que passava numa aldeia,
a quem perguntavam
ser contra ou a favor,
respondeu:
sou e não sou contra;
sou e não sou a favor.
Enforcaram-no em praça pública.
Mas não lhe enforcaram os versos.
Sobreviveu.
Um poema de amor
não é de amor.
É do amor pelo amor
e por mais alguma coisa.
Um poema de guerra
não louva o brilho, o heroísmo,
a vitória, necessariamente.
Louva a conquista
da palavra sobre a vontade de calar-se.
Um poema é um poema
quando, assediada,
a imaginação proclama
o que não possui,
crava e não crava estacas
no chão da realidade.
Um poema
que passou perto de mim
e seguiu despercebido
povoou meus pensamentos.
Ainda busco, com ele,
compreender.
Presentes para nós neste dia chuvoso.
Aproveitamos para rcomendar a leitura do livro do Ronaldo!
Mais do que areia menos do que a pedra,
"Poema", do livro "Mais do que a areia menos do que a pedra", seleciono, para enfeitar o dia de vocês, texto que coloca à nu a forma de composição poética e suas possibilidades no ato da leitura. Leiam, muito bom!!! Tenham um dia inspirado!! Um abraço,
Fátima Miguez
POEMA
Um poema não diz.
Caminha entre o dito
e o não-dito.
Faz da sombra, claridade;
da claridade, trevas.
É - e não é - uma forma
de afirmar.
Um poema sai da palavra
e se veste,
como uma erva brota do asfalto:
para ficar,
certa de sua superioridade.
Por isso,
percorrê-lo, é descobrir a dor,
atravessar a revelação
e parar, no infinito,
sem entender.
Um poema tem pele, ossos.
Não tem rosto.
Voa como os pássaros não voam,
canta como os pássaros não cantam.
Para ouvi-lo, é preciso afinação.
Nada é mais moderno
do que um poema moderno.
Nada é mais clássico
do que um poema clássico.
E nada é mais - e menos-
do que um poema
clássico ou moderno.
Porque um poema não se mede
em quantidades.
O seu tamanho
é o do que pode e não pode,
do que deseja e não deseja
do que vê e não vê,
de qualidades que não se confessam
e cortam o ritmo da respiração.
Um trovador
que passava numa aldeia,
a quem perguntavam
ser contra ou a favor,
respondeu:
sou e não sou contra;
sou e não sou a favor.
Enforcaram-no em praça pública.
Mas não lhe enforcaram os versos.
Sobreviveu.
Um poema de amor
não é de amor.
É do amor pelo amor
e por mais alguma coisa.
Um poema de guerra
não louva o brilho, o heroísmo,
a vitória, necessariamente.
Louva a conquista
da palavra sobre a vontade de calar-se.
Um poema é um poema
quando, assediada,
a imaginação proclama
o que não possui,
crava e não crava estacas
no chão da realidade.
Um poema
que passou perto de mim
e seguiu despercebido
povoou meus pensamentos.
Ainda busco, com ele,
compreender.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Sala de Leitura e Mostra de dança
A E.Especial Rotary poderia dançar qualquer coisa, mas escolheu dançar com livros!
Curtam com o recadinho da professora Silvia Maria Maciel Sales, da 4ª CRE.
Esse foi mais um sonho da Sala de Leitura da Escola Especial Rotary Club feito com muito respeito, seriedade, dedicação e amor. Por isso brilhamos. Agora peço que apreciem, se emocionem e promovam.
Um grande beijinho com carinho...
http://www.youtube.com/watch?v=GrVI06aYj44
Curtam com o recadinho da professora Silvia Maria Maciel Sales, da 4ª CRE.
Esse foi mais um sonho da Sala de Leitura da Escola Especial Rotary Club feito com muito respeito, seriedade, dedicação e amor. Por isso brilhamos. Agora peço que apreciem, se emocionem e promovam.
Um grande beijinho com carinho...
http://www.youtube.com/watch?v=GrVI06aYj44
sábado, 25 de setembro de 2010
Novos cursos no Estação das Letras
Dica: Novos cursos começando em outubro no Estação das Letras
Lembrando que os professores da rede têm 50% de desconto.
www.estacaodasletras.com.br
Lembrando que os professores da rede têm 50% de desconto.
www.estacaodasletras.com.br
NÃO SOMOS DONOS DA TEIA DA VIDA
Continuando no clima reflexivo...
"Meu avô costumava dizer que tudo está interligado entre si e que nada escapa da trama da vida. Ele costumava me levar para uma abertura da floresta e deitava-se sob o céu e apontava para os pássaros em pleno vôo e nos dizia que eles escreviam uma mensagem para nós. “Nenhum pássaro voa em vão. Eles trazem sempre uma mensagem do lugar onde todos nos encontraremos”, dizia ele num tom de simplicidade, a simplicidade dos sábios. Outras vezes nos colocava em contato com as estrelas e nos contava a origem delas, suas histórias. Fazia isso apontando para elas como um maestro que comanda uma orquestra.
Confesso que não entendia direito o que ele queria nos dizer, mas o acompanhava para todos os lugares só para ouvir a poesia presente em sua maneira simples de nos falar da vida.
Numa certa ocasião ele disse que cada coisa criada está em sintonia com o criador e que cada ser da natureza, inclusive o homem, precisa compreender que seu lugar na natureza não é ser o senhor, mas um parceiro, alguém que tem a missão de manter o mundo equilibrado, em perfeita harmonia para que o mundo nunca despenque de seu lugar"... Leia mais em http://www.danielmunduruku.com.br/
"Meu avô costumava dizer que tudo está interligado entre si e que nada escapa da trama da vida. Ele costumava me levar para uma abertura da floresta e deitava-se sob o céu e apontava para os pássaros em pleno vôo e nos dizia que eles escreviam uma mensagem para nós. “Nenhum pássaro voa em vão. Eles trazem sempre uma mensagem do lugar onde todos nos encontraremos”, dizia ele num tom de simplicidade, a simplicidade dos sábios. Outras vezes nos colocava em contato com as estrelas e nos contava a origem delas, suas histórias. Fazia isso apontando para elas como um maestro que comanda uma orquestra.
Confesso que não entendia direito o que ele queria nos dizer, mas o acompanhava para todos os lugares só para ouvir a poesia presente em sua maneira simples de nos falar da vida.
Numa certa ocasião ele disse que cada coisa criada está em sintonia com o criador e que cada ser da natureza, inclusive o homem, precisa compreender que seu lugar na natureza não é ser o senhor, mas um parceiro, alguém que tem a missão de manter o mundo equilibrado, em perfeita harmonia para que o mundo nunca despenque de seu lugar"... Leia mais em http://www.danielmunduruku.com.br/
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
COMEMORANDO A PRIMAVERA
Acredito que há poesia em tudo nesta vida, basta ter olhos para vê-la. Veja a história do homem que lendo o jornal pela manhã viu uma foto e a transformou em música.
Puro deleite!
FELIZ PRIMAVERA!
Beijos,
Regina Karla
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
COMPROMISSO COM A PRIMAVERA
Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga? Eclesiastes 3:9
Em uma radiosa manhã primaveril o filósofo George Santayana interrompeu sua palestra no meio de uma frase. “Acho que essa frase jamais será terminada”, disse ele. “Tenho um compromisso com a primavera.” Ele juntou seus papéis, saiu do auditório e foi para uma região rural.
Santayana era um indivíduo excêntrico em muitos aspectos, e não seria aconselhável seguir seu exemplo em tudo. Mas ele nos deixou uma lição sobre o equilíbrio que deve haver entre trabalho e lazer.
Muitos de nós somos escravos do trabalho, e nos afadigamos durante todas as horas úteis do dia. Não temos tempo para relaxar e observar as coisas belas e simples da vida.
Deus certamente levou em conta essa tendência humana ao nos criar, e por isso nos deixou um exemplo a ser seguido: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera” (Gn 2:2, 3).
Trabalhar arduamente é bom, pois nos dá um senso de realização e utilidade e nos livra do tédio. Mas também pode nos manter ocupados demais para perceber que talvez estejamos correndo atrás do vento.
Nosso compromisso com a primavera pode não ser igual ao do filósofo Santayana, entre árvores, grama e flores. Mas seja onde for, é melhor não adiar esse compromisso até que seja tarde demais.
Guilherme vivia com a esposa Elisa no sopé de uma montanha. De sua casa se descortinava um panorama esplendoroso, com um lago no meio do vale, lá embaixo. Um dia Guilherme morreu em seu escritório, onde estava trabalhando até tarde, como era seu costume.
A viúva, Elisa, se conteve durante o funeral e mesmo durante a venda de suas muitas posses. Mas perdeu totalmente o controle quando o leiloeiro anunciou o leilão de um par de cadeiras de balanço. “Uma delas é novinha em folha”, disse ele com entusiasmo.
Guilherme havia comprado as cadeiras para ele e Elisa, no verão em que havia aumentado o alpendre da casa com sua bela vista para o vale. Mas não tirou tempo para usar a sua.
Ele perdeu o seu compromisso com a primavera.
P.S. A primavera começa hoje.
Scheffel, R.M. 2010. Com a Eternidade no Coração. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 1ª edição, pág. 269.
LIETRATURA, INTERNET E LIBERDADE
DEBATE: 27 de setembro, às 9 horas, no Auditório E III Faculdade de Letras UFRJ
com a participação de: Yakuy Tupinambá, Eleonora Ziller, Godofredo de Oliveira Neto e Andrea Lombardi (moderador) sobre o tema:
LITERATURA, INTERNET E LIBERDADE
Apoio: Instituto Italiano de Cultura
Yakuy Tupinambá, representante indigena, organizadora da rede indiosonline, e os docentes de Literatura Godofredo, Eleonora e Andrea serão confrontados com um tema particularmente atual. Por um lado os efeitos positivos da democratização do acesso à informação via novos meios de comunicação. Ao mesmo tempo, a limitação da leitura a uma coleta de "dados" evidentemente nunca ojetivos.
Esse debate perpassa nossa experiência como docentes e não tem, evidentemente, uma resposta unívoca. Um debate interessante, dada a presença de nosso colega Godofredo, representante da Comissão para a Língua portuguesa e Yakuy, representante indigena e aluna de graduação da Faculdade de Direito da Bahia, poderá trazer elementos interessantes.
(para qualquer informação: escrever para Andrea Lombardi lombardi.andrea@gmail.com )
com a participação de: Yakuy Tupinambá, Eleonora Ziller, Godofredo de Oliveira Neto e Andrea Lombardi (moderador) sobre o tema:
LITERATURA, INTERNET E LIBERDADE
Apoio: Instituto Italiano de Cultura
Yakuy Tupinambá, representante indigena, organizadora da rede indiosonline, e os docentes de Literatura Godofredo, Eleonora e Andrea serão confrontados com um tema particularmente atual. Por um lado os efeitos positivos da democratização do acesso à informação via novos meios de comunicação. Ao mesmo tempo, a limitação da leitura a uma coleta de "dados" evidentemente nunca ojetivos.
Esse debate perpassa nossa experiência como docentes e não tem, evidentemente, uma resposta unívoca. Um debate interessante, dada a presença de nosso colega Godofredo, representante da Comissão para a Língua portuguesa e Yakuy, representante indigena e aluna de graduação da Faculdade de Direito da Bahia, poderá trazer elementos interessantes.
(para qualquer informação: escrever para Andrea Lombardi lombardi.andrea@gmail.com )
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