quinta-feira, 28 de outubro de 2010

5º CHÁ LITERÁRIO DA EMAT

Cheguei a pouco de mais delicioso Chá Literário na E. M. Anísio Teixeira, que a cada ano se aprimora.
Os alunos, muito bem orientados pela competentíssima equipe de Língua Portuguesa, além de calorosa recepção aos convidados, deram boa mostra de produção textual, como sempre, de qualidade.
Interdisciplinaridade e expressão da literatura em diferentes linguagens também vem se afinando também. Teatro, dança, música, cinema, declamação e leitura de poemas e frases de Mario Quintana, o autor homenageado, tornaram a tarde de hoje um presente para quem estava lá. As famílias presentes se emocionaram juntamente com ex-professores.
A intertextualidade com Quintana, Drummond, Neruda e outros ícones da literatura geraram textos de opinião e revelaram jovens poetas.
Neste ano, Ana Lúcia, a professora da Sala de Leitura, mais uma vez ousou, ao buscar interseção do autor homenageado, Quintana, com Noel Rosa e para isso contou com a participação do estagiário da escola, não por acaso filho de um ex-professor da EMAT, que trouxe colegas de faculdade, um jovem poeta e também um músico para tocar e falar sobre o poeta da Vila.
Saímos de lá embalados pela genialidade musical de Noel, e eu, reflexiva.
A E.M. Anísio Teixeira, até então única escola de 6º ao 9º ano, com horário integral dentre as 1064 escolas, foi tornada Ginásio Carioca. A Equipe Pedagógica da escola perde autonomia em gestão de projetos muito particulares assim como alguns elementos do corpo docente de grande valor, impossibilitados pela obrigatoriedade de 40 horas semanais.

Para finalizar, deixo uma mensagem – METADE – que expressa um pouco do sentimento de quem conviveu por 5 anos com uma equipe comprometida com o aluno e sua formação cidadã, sujeitos críticos antes de qualquer coisa.

http://www.youtube.com/watch?v=ze3yMTMB8-Y

É como sempre reafirma Ana... “Não somos nem melhores nem piores, somos apenas diferentes”
Concluo com um poema de Quintana, porque, como diz Fátima Miguez, hoje é quinta-feira, dia de Quintanear...
A NOSSA CANÇÃO DE RODA

A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo
como a voz dos passarinhos-
mas que será que dizia?
A nossa canção de roda
era boba como a lua.
Mas a roda dispersou-se
cada qual perdeu seu par...
Agora,nossos fantasmas meninos
talvez a cantem na lua...
talvez que junto a algum leito
a morte a esteja a cantar
como quem nana um filhinho...
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo:era
uma girândola de vozes
chispando
mais lindas do que as estrelas
era uma fogueira acesa
para enganar o medo, o grande medo
que a Noite sentia da sua própria escuridão.

Mario Quintana
in "Baú de Espanto"

Como sempre digo, quem não foi, perdeu!

Um comentário:

  1. Muito grata pelo carinho e pela presença.Você sabe que estamos aguardando o que virá. Com muita tristeza por a equipe se dispersar...mas com a certeza de que o trabalho de Sala de Leitura continuará a ser realizado."Verás que um filho teu não foge à luta!" Bjks.

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