sábado, 19 de outubro de 2013

HOMENAGEM DE VINICIUS DE MORAIS AOS PROFESSORES EM GREVE

                  Este blog surgiu em 2009, com o objetivo de divulgar o trabalho que acontecia de forma brilhante nas salas de leitura da cidade do Rio de Janeiro.
                 No ano de 2010, num dos primeiros atos arbitrários da secretária Claudia Costin as Salas de Leitura Polo eram extintas. Desde então, pontuamos os seus atos contra a Educação de nossa cidade. Apesar da atual gestão não acreditar, sempre trabalhamos com competência e no ano de 1993, fizemos uma bela homenagem ao poeta Vinicius de Morais com os nossos alunos.
                  Neste ano, estamos passando por um momento de greve por uma Educação de qualidade, e não podemos nos furtar a homenagear o nosso poetinha... ou melhor ele está se juntando a nossa luta! 









































HOMENAGEM A VINICIUS DE MORAIS


terça-feira, 15 de outubro de 2013

HOMENAGEM DA PROFESSORA ÚRSULA BRASIL AOS MESTRES



Ser professor

Ser professor vai além do romantismo e da realidade também.
É traçar estratégias, lançar desafios, travar batalhas.
Ser professor é ser curioso, insistente, teimoso.
É gerar incomodo, se incomodar, juntar do outro migalhas.

Ser professor é grandioso e muitas vezes anônimo.
É transformador e instigante.
Ser professor é ser antônimo e sinônimo.
Carinhoso e cativante.

Ser professor é ser compreendido ou não.
É trabalhoso e ao mesmo tempo, divertido.
Ser professor é cansativo, é dizer sim e não.
Ser valorizado ou invertido.

E no meio de tantas idas e vindas.
Ser professor é ser gente, de alma costurada.
De vida trabalhada, na luta do dia a dia.
Ser professor é ser camarada.

Acima de tudo, com os seus.
Acima de tudo, com os teus.
Acima de tudo, consigo mesmo.

E porque não homenagear, então, aquele que se torna essencial.
Essencial a tudo e a todos que vivem nesta Terra.
E se por acaso, não conheces um professor, olha bem, ele está por aí.
Dentro de uma escola ou em qualquer lugar informal.
Olha bem, a humanidade se constrói e reconstrói com professores.
Professores de alma e também de profissão.

Meu carinho imenso a todos eles.
Que seu trabalho seja reconhecido.
Que sua vida seja acima de tudo, vivida.
Que sua força pra sempre erguida
Para que tenha sempre orgulho de SER PROFESSOR.

Por Ursula Brazil - em 15/10/2013 - Dia do Professor

15 DE OUTUBRO

Aos mestres, meu carinho, minha admiração, meu respeito, minha oração especial de hoje. "Que o Senhor te abençoe e te guarde, que o Senhor levante sobre ti o rosto e te dê paz!"humano melhor porque Que o Mestre ilumine e guie os juízes, os governantes, todo o povo que luta e acredita num país melhor através da Educação. Sou um ser humano melhor porque tive excelentes professores! Elizabeth Caldas, professora com muito orgulho!



domingo, 25 de agosto de 2013

A ESCOLA DOS MEUS SONHOS


Frei Betto. Foto: Divulgação


Na escola de meus sonhos, os alunos aprendem a cozinhar, costurar, consertar eletrodomésticos, fazer pequenos reparos de eletricidade e de instalações hidráulicas, conhecer mecânica de automóvel e de geladeira, e algo de construção civil. Trabalham em horta, marcenaria e oficinas de escultura, desenho, pintura e música. Cantam no coro e tocam na orquestra.


Uma semana ao ano integram-se, na cidade, ao trabalho de lixeiros, enfermeiras, carteiros, guardas de trânsito, policiais, repórteres, feirantes e cozinheiros profissionais. Assim, aprendem como a cidade se articula por baixo, mergulhando em suas conexões subterrâneas que, à superfície, nos asseguram limpeza urbana, socorro de saúde, segurança, informação e alimentação.

Não há temas tabus. Todas as situações-limites da vida são tratadas com abertura e profundidade: dor, perda, falência, parto, morte, enfermidade, sexualidade e espiritualidade. Ali os alunos aprendem o texto dentro do contexto: a matemática busca exemplos na corrupção dos precatórios e nos leilões das privatizações; o português, na fala dos apresentadores de TV e nos textos de jornais; a geografia, nos suplementos de turismo e nos conflitos internacionais; a física, nas corridas da Fórmula 1 e pesquisas do supertelescópio Hubble; a química, na qualidade dos cosméticos e na culinária; a história, na violência de policiais a cidadãos, para mostrar os antecedentes na relação colonizadores-índios, senhores-escravos, Exército-Canudos etc.

Na escola dos meus sonhos, a interdisciplinaridade permite que os professores de biologia e de educação física se complementem; a multidisciplinaridade faz com que a história do livro seja estudada a partir da análise de textos bíblicos; a transdisciplinaridade introduz aulas de meditação e de dança, e associa a história da arte à história das ideologias e das expressões litúrgicas.

Se a escola for laica, o ensino religioso é plural: o rabino fala do judaísmo; o pai-de-santo do candomblé; o padre do catolicismo; o médium do espiritismo; o pastor do protestantismo; o guru do budismo etc. Se for católica, promove retiros espirituais e adequação do currículo ao calendário litúrgico da Igreja.

Na escola dos meus sonhos, os professores são obrigados a fazerem periódicos treinamentos e cursos de capacitação, e só são admitidos se, além da competência, comungam com os princípios fundamentais da proposta pedagógica e didática. Porque é uma escola com ideologia, visão de mundo e perfil definido sobre o que são democracia e cidadania. Essa escola não forma consumidores, mas cidadãos.

Ela não briga com a TV, mas leva-a para a sala de aula: são exibidos vídeos de anúncios e programas e, em seguida, analisados criticamente. A publicidade do iogurte é debatida; o produto, adquirido; sua química, analisada e comparada com a fórmula declarada pelo fabricante; as incompatibilidades denunciadas, bem como os fatores porventura nocivos à saúde. O programa de auditório de domingo é destrinchado: a proposta de vida subjacente; a visão de felicidade; a relação animador-platéia; os tabus e preconceitos reforçados etc. Em suma, não se fecha os olhos à realidade; muda-se a ótica de encará-la.

Há uma integração entre escola, família e sociedade. A Política, com P maiúsculo, é disciplina obrigatória. As eleições para o grêmio ou diretório estudantil são levadas a sério e um mês por ano setores não vitais da instituição são administrados pelos próprios alunos. Os políticos e candidatos são convidados para debates e seus discursos analisados e comparados às suas práticas.

Não há provas baseadas no prodígio da memória nem na sorte da múltipla escolha. Como fazia meu velho mestre Geraldo França de Lima, professor de História (hoje romancista e membro da Academia Brasileira de Letras), no dia da prova sobre a Independência do Brasil os alunos traziam à classe toda a bibliografia pertinente e, dadas as questões, consultavam os textos, aprendendo a pesquisar.

Não há coincidência entre o calendário gregoriano e o curricular. João pode cursar a 5ª série em seis meses ou em seis anos, dependendo de sua disponibilidade, aptidão e recursos.

É mais importante educar que instruir; formar pessoas que profissionais; ensinar a mudar o mundo que a ascender à elite. Dentro de uma concepção holística, ali a ecologia vai do meio ambiente aos cuidados com nossa unidade corpo-espírito, e o enfoque curricular estabelece conexões com o noticiário da mídia.

Na escola dos meus sonhos, os professores são bem pagos e não precisam pular de colégio em colégio para poderem se manter. Pois é a escola de uma sociedade onde educação não é privilégio, mas direito universal e, o acesso a ela, dever obrigatório.
RETIRADO: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=16276

domingo, 16 de junho de 2013

ADEUS A TATIANA BELINKY

Morreu na tarde de ontem, aos 94 anos, a escritora Tatiana Belinky. Uma das principais autoras de livros infantojuvenis do Brasil, ela estava internada desde o dia 4 de junho no hospital Alvorada, em São Paulo.
Nascida em São Petersburgo, na Rússia, quando a cidade se chamava Petrogrado, ela veio com a família ao Brasil quando tinha dez anos. "Ela foi uma personalidade muito importante na cultura brasileira e de São Paulo. Não só na literatura, mas também no teatro e na televisão", disse sobre ela a escritora de literatura infantil Ruth Rocha, amiga da autora e companheira de Academia Paulista de Letras.
Belinky publicou mais de 200 títulos, entre eles o autobiográfico "Transplante de Menina - Da Rua dos Navios à Rua Jaguaribe" (editora Moderna) e o livro de poemas "Limeriques do Bípede Apaixonado" (editora 34), dois de seus prediletos.
Com o marido, o educador Julio Gouveia (1914-1988), adaptou para a TV Tupi, em 1952, a primeira versão de "O Sítio do Picapau Amarelo", obra de Monteiro Lobato, a quem chegou a conhecer. O programa ficou no ar ao longo de 11 anos.
O escritor, dramaturgo e jornalista Sergio Roveri, que fez uma biografia da autora, o volume "...E Quem Quiser Que Conte Outra" (coleção Aplauso, Imprensa Oficial de SP), em 2007, relembra de Belinky como uma pessoa "afetuosa, de uma memória prodigiosa e muito ativa". "Ela dizia que as crianças ainda eram muito subestimadas", diz Roveri. Belinky também escreveu em jornais, como a Folha.
Para os pequenos, mas também para o público adulto, a autora também foi uma tradutora de renome.
Publicou traduções de diversos dos principais autores russos, como Anton Tchekhov e Leon Tolstoi, de quem lançou uma versão de "Senhor e Servo e Outras Histórias" (editora L&PM).

No final da biografia da escritora, feita por Sergio Roveri, Belinky pediu que fosse incluída a seguinte mensagem: "No entanto, quando entrego uma nova obra, eu peço uma gentileza aos editores. Por favor, publiquem rápido para que eu tenha tempo de ver. Estou com 87 anos e não sei se posso esperar até os cem anos. Até os 95, estou disposta, mas depois disso não me comprometo." A escritora teve dois filhos, André, que já morreu, e Ricardo. 
RETIRADO:  http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/06/1295978-aos-94-anos-autora-tatiana-belinky-morre-em-sao-paulo.shtml 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

SAWABONA SHIKOBA!!!

Há uma tribo africana que tem um costume muito bonito.

Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas... que ele já fez.

A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom, cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade.

Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro.

Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza, para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele tinha se desconectado temporariamente:"Eu sou bom".

Sawabona Shikoba!

SAWABONA, é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer: 
"EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".

Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA,que é: 
"ENTÃO, EU EXISTO PRA VOCÊ".
 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

OFICINA POESIA ENCENA


Estão abertas  as inscrições para as oficinas Poesia  Encena, que faz parte do Projeto Poesia nas Escolas/2013.
                Oferecemos 4 turmas, nos dias e horários abaixo discriminados, todas no auditório da Editora Rovelle, Rua Sacadura Cabral nº 144 H, Praça Mauá.
Público: Professores de Sala de Leitura, Coordenadores Pedagógicos, PII e PI de Língua Portuguesa e Bibliotecários das Escolas de Ensino Fundamental.
. TURMA A
   Dias: 13/05, 20/05, 27/05 e 03/06
  Horário: 8h às 12h

. TURMA B
   Dias: 13/05, 20/05, 27/05 e 03/06
  Horário: 13h às  17h

. TURMA C
   Dias: 10/06, 17/06, 24/06 e 01/07
  Horário: 8h às 12h

. TURMA D
   Dias: 10/06, 17/06, 24/06 e 01/07
  Horário: 13h às  17h

Inscrições: Enviar e.mail para oficinapoesiaemcena@gmail.com , informando nome, matrícula, cargo/função, escola e turma desejada.
Att.

E/SUBE/CED/Mídia-Educação
Tel:2976-2318 /2976-2319

NOVIDADES NO 15° SALÃO DO LIVRO


Encontros Paraleloslogo-15anos

Data: 05/06/2013 - Horário: 9h às 13h

4º Encontro Nacional do Varejo do Livro Infantil e 

Juvenil.


 A Comercialização dos e-books e o papel das livrarias na formação 
do jovem leitor

A comercialização dos e-books e o papel das livrarias na formação do jovem
 leitoré o tema do 4º Encontro Nacional do Varejo do Livro Infantil e Juvenil,
que se realizaráno dia 5 de junho de 2013, das 9h às 13h, no Auditório FNLIJ,
no 15º Salão FNLIJ,direcionado a editores e livreiros.
No momento da transição e expansão de conteúdos para os e-books, é
precisoempreender novas ações para a comercialização nas pequenas e
 médias livrarias.
Pesquisas revelam o crescimento dos cybers nas lojas.
Informações sobre inscrições pelo email: seminario@fnlij .org.br e pelo
 telefone: (21) 2262-9130, com Isabel.
Inscrição: R$ 50,00

Programação:
 9h - Credenciamento

9h30 - Abertura
Instituições Promotoras: ANL - Ednilson Xavier, AEL-RJ - Antônio Carlos
de Carvalho, CBL - Karine Pansa e FNLIJ - Isis Valéria Gomes

10h - O papel da livraria na formação do jovem leitor.
Palestrantes: Ednilson Xavier - Presidente da ANL e Diretor da Livraria
 Cortez
Marcus Teles - Diretor da ANL e Diretor das Livrarias Leitura
Maria Osório - Representante da Livraria Babel 
Mediação da mesa: Isis Valéria - Presidente do Conselho Diretor da FNLIJ

11h30 - A comercialização dos e-books nas pequenas e médias
 livrarias e o crescimento dos cybers nas lojas.
Palestrantes: Augusto Mariotto Kater - Vice-Presidente da ANL
Benjamin Magalhães - Diretor da ANL e Diretor das Livrarias Travessa 
Alencar Perdigão - Livreiro - Proprietário da Quixote Livraria e Café-
 BH-MG
Mediação da mesa: FNLIJ 

Após o encontro os participantes estão convidados a visitar os 
estandes do 15º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens e 
participar da Cerimônia de Abertura do Salão, às 17h.

Apoio: AEL-RJ/ANL/CBL/FNLIJ

Data: 06/06/2013 - Horário: 9h às 17h

Simpósio FNLIJ/Instituto Pró-Livro Retratos da Leitura no 

Brasil 3ª edição - reunirá profissionais envolvidos nesta 

pesquisa e no Livro Retratos da Leitura no Brasil 3.

Consideramos que no Brasil é sempre um grande esforço dar
continuidade aos processos que envolvam cultura a educação e, em
 particular, a formação de jovens leitores. Assim, divulgar a pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil e promover o
debate em torno dos seus resultados possibilita fortalecer as práticas
 da culturaescrita em prol, de uma sociedade brasileira de leitores.

Data: 07/06/2013 - Horário: 9h às 11h

"Graciliano Ramos: a hipótese do não leitor. Especulações."

Tomando por base as Memórias de Infância, pensar a vida do autor sem
 a presençada literatura. Antonio Candido, Bartolomeu Campos de
 Queirós, Graciela Montes,Calvino e Humberto Eco nos seguem nessas
especulações.
Nilma Lacerda

Data: 07/06/2013 - Horário: 14h às 15h30

Durante o 15º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, a
Democratização da Leitura para pessoa com deficiência visual e
auditiva será um dos temas de
nossos Encontros Paralelos com a presença das seguintes instituições:
 InstitutoNacional de Educação de Surdos (INES), Instituto Benjamim
 Constant e Fundação Dorna Nowil para Cegos.

A Democratização da Leitura para Pessoa com Deficiência 

Visual e Auditiva

  • A Leitura como Elemento de Construção da Identidade Intelectual e
 Humana da Pessoa com Deficiência Visual
  • Ementa: A Importância da Leitura; Princípios que regem a formação 
do leitor;
  •  A literatura como instrumento de ascensão cultural, social e humana;
 O livro
  •  e a criança cega ou com baixa visão.
    Professora Maria da Glória de Souza Almeida - Instituto Benjamin 
Constant
  • As oportunidades que os livros inclusivos oferecem para pessoas com 
deficiência visual
Ementa: A importância dos livros inclusivos, a importância da leitura para a
 pessoa com deficiência visual, a leitura braille na infância, o papel do
 professor,
  •  o envolvimento de autores e ilustradores.
    Fundação Dorina Nowill
  • Contribuições pedagógicas do diálogo entre cinema e literatura na
 formação de leitores surdos
Ementa: Ampliar o conceito de leitura. Formar leitores críticos e criativos no
  •  contexto bilíngue. Repensar conceitos: adaptação, releitura e tradução.
    Professora Maria Lúcia Cunha - INES

Data: 08/06/2013 - Horário: 14h às 15h30

D!scussões AEILIJ: O papel dos autores da palavra e da i

magem em eventos literários.

Data: 14/06/2013 - Horário: 10h às 11h30

Ou Isto ou aquilo, de Cecília Meireles, obra que permanece

Participantes da mesa:
Laura Sandroni (Escritora).
Odilon Moraes (Ilustrador da atual edição de Ou isto ou aquilo, da Global
 Editora).
Gustavo Tuna (Global Editora).
Há algumas gerações, Ou isto ou aquilo encanta a todos com suas
cantigas de ninar, cantigas de roda, parlendas e outras formas de
expressão muito próximasdo mundo da criança. Nesta mesa, os
 participantes irão expor suas impressõespessoais a respeito da
perenidade deste livro de Cecília Meireles, no qual ela brinca
 com maestria com as palavras, explorando suas rimas, repetições,
 sonoridade e ritmo.

Data: 14/06/2013 - Horário: 14h às 15h30

Movimento Brasil Literário
Ler, levar a ler, defender o direito de ler literatura:

Um movimento se faz de muitos e diversos gestos em torno de uma ideia.
 A que nos move é o direito de todos terem acesso à literatura.
Movimento Brasil Literário se quer presente em todos os lugares e
espaços sociais, instigando a todos e a cada um a reconhecer-se como
 leitor de literatura e defensor do direito à leitura literária bem como à
 biblioteca. Todas as atividades que têm a literatura como objeto central
serão promovidas para fazer do País uma sociedade leitora.
Para isso, propõe a organização de núcleo de literatura, onde as pessoas
 compartilham experiências e leituras, espalham ideias, sentimentos,
 vontades, percepções. Agem como podem para tornar possível o acesso
 ao texto literário para mais pessoas.
Uma prática de reconciliação
Comentários ao artigo de Antonio Candido, "O direito à literatura", a partir
 daautobiografia de sua filha, Ana Luisa Escorel, O pai, a mãe e a filha.
Acrescenta-seao percurso certa viagem pelo rio São Francisco e outras
 pela América Latina, tendocomo companheiros de barca Kant, Foucault,
Chartier; Graciliano Ramos, Joseph Zobel,Cecília Meireles, Lobato;
Paulo Freire, Alberto Manguel, Graciela Montes, Goulemot,
Todorov, Angel Rama, sem saber se todos poderão aceitar o convite.
Nilma Lacerda
Biblioteca e acesso à leitura
Abordagem que trata a biblioteca como espaço possível de acesso à
 leitura,especialmente a literária, para a grande maioria da população
brasileira,independente de faixa-etária. Discussão de uma proposta de
 biblioteca libertáriaque só é possível desde um entendimento da literatura
 como direito, na esteira doAntonio Candido.
Fabíola Farias

segunda-feira, 29 de abril de 2013

POR QUE PUBLICAR OS CLÁSSICOS

Editor aposta nos ícones da ficção científica para formar leitores do gênero no Brasil

por Diogo Sponchiato

Editora Globo
Já leu Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?. Não? Ok, mas você já assistiu (ou pelo menos ouviu falar) Blade Runner: O Caçador de Androides, certo? É bem provável que não sejam muitos os brasileiros que mergulharam nas páginas do livro de título misterioso de Philip K. Dick, que inspirou o filme de Ridley Scott. Mas, em breve, você terá uma chance de conhecê-lo e se perturbar (e se encantar) com esse autor clássico da ficção científica. A obra será lançada no segundo semestre pela Editora Aleph, principal referência em publicações do gênero no país. Para Adriano Fromer Piazzi, publisher da casa, K. Dick ilustra bem um dos papéis da ficção científica: especular e debater as inquietações humanas em relação ao futuro. Desde que lançou em 2003 Neuromancer — prestigiado livro de William Gibson, uma das fontes do filme Matrix — , a Aleph enveredou para esse nicho que, aos poucos, ganha cada vez mais leitores. Piazzi acredita que muito do preconceito contra o segmento já veio abaixo e, no Brasil, sua valorização se reflete no maior interesse da crítica e da academia. Nessa entrevista, concedida em seu escritório em São Paulo, ele fala dos clássicos e do futuro do gênero e da missão de mostrar ao mundo que ficção científica não se resume a Guerra nas Estrelas e historinhas de robôs. ~


* Desde que vocês começaram a investir nos clássicos de ficção científica, mudou o panorama dos leitores e da crítica no Brasil? 
Sim, o público cresceu significativamente. E isso foi acompanhado de uma valorização da cultura geek. Virou cool ser nerd, ser geek... A ficção científica acompanhou esse processo. Antes era uma coisa mais exclusiva de fã. As pessoas passaram a notar que ela é uma literatura de inspiração, que tem um diferencial, por exemplo, em relação à fantasia, porque se propõe a ser mais realista. Por mais que algo seja absurdo ali, tudo é embasado, tem uma explicação da ciência. Hoje ficou feio não ler Isaac Asimov. Dá pra dizer que é a mesma coisa que não ler Garcia Márquez. Particularmente no Brasil, a ficção científica passou a ganhar atenção da academia, a virar objeto de trabalhos, mestrados. As pessoas estão estudando Philip K. Dick. Afinal, o cara é um filósofo, que usa a ficção científica como pano de fundo. O preconceito contra esse nicho tem diminuído à medida que as pessoas percebem que ele não se resume a Guerra nas Estrelas. Aliás, os puristas nem consideram Guerra nas Estrelas ficção científica. Mas, é fato, ainda tem muita gente que não conhece o gênero e pensa que ele só tem a ver com robôs. 

* Em meio à avalanche tecnológica e imersão digital no mundo de hoje, esse gênero corre o risco de perder o fôlego? 
Ele deve passar por uma mudança. O próprio William Gibson, autor de Neuromancer, diz que não publica mais ficção científica porque o futuro já chegou. Ele passou a escrever, e seus três últimos livros são exemplo disso, o que chama de thriller tecnológico. Suas obras fazem com que o leitor se sinta num universo de ficção científica, mas há estranheza porque aquele também é o seu mundo. Acho que a ficção científica tem sempre mais elementos especulativos do que simplesmente tecnológicos. No livro A Mão Esquerda da Escuridão, da Ursula Le Guin, a viagem espacial, o outro planeta, tudo isso serve de cenário para gerar indagações e criar uma baita história. É verdade que, hoje em dia, autores como Gibson, cujas obras estão impregnadas de tecnologia, devem sentir mais dificuldade. Uma das poucas coisas que não apareceram desde que esses autores escrevem são carros que voam. A questão é que a ficção científica é mais que profética, é inspiracional. Claro que existem as profecias, mas a função nunca foi adivinhar o futuro. Os autores inspiram a partir do que imaginaram. Acho que a abordagem do futuro, como acontece no filme Cloud Atlas, deverá ocorrer mais num sentido ético e moral. 

* Por que vocês priorizam os clássicos e nem tanto autores novos? Os clássicos são fundamentais à formação de leitores. E o Brasil ainda se encontra numa fase de formação de leitores de ficção científica. Poderíamos lançar os novos best sellers, mas acho que não funcionaria tanto. Me desculpe, mas Asimov e Dick têm muito mais fundamentos e profundidade que diversos autores por aí. Muita gente me questiona: por que vocês não lançam autores novos, brasileiros? Eu falo: calma! Eu gostaria de ter o poder econômico de lançar 50 livros de ficção científica por ano e misturar. Antes, esse era um nicho secundário ou abandonado pelas editoras. Por isso, primeiro queríamos devolver os clássicos e lançar aqueles ainda inéditos por aqui. Mas neste ano já começamos a publicar autores mais recentes. 
Editora Globo

FICÇÃO CIENTÍFICA À VISTA 
Dando sequência à publicação de clássicos do gênero, a Aleph lança agora Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial, de Philip K. Dick. E, em outubro, chega às livrarias Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? numa edição caprichada, com entrevista com o autor e trechos do seu diário. Obras de Isaac Asimov e Frank Herbert também estão previstas. A editora Seguinte aposta na série de sucesso Infinity Ring, sobre viagem no tempo, e a Galera Record anunciou o lançamento de Flashforward, livro de Robert Sawyer que inspirou a série homônima de TV.

terça-feira, 23 de abril de 2013

ENTREVISTA COM CARLA COSCARELLI

O professor, o aluno e a leitura

Luiz Henrique Gurgel
Cida Laginestra
Regina Clara
 


Uma conversa com a pesquisadora e especialista no ensino da leitura, Carla Coscarelli. Ela é professora e
 pesquisadora do Ceale (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita), da Faculdade de Educação da 
Universidade 
Federal de Minas Gerais. Coscarelli fala de questões importantes relativas a uma das ações mais delicadas e 
complexas do trabalho do professor: o ensino da leitura.

São frequentes as notícias de que muitos alunos terminam o Ensino Fundamental sem saber ler. Isso realmente acontece? 

A linguagem e a leitura são competências que as pessoas precisam desenvolver. É preciso procurar formas de detectar o problema e propor ações para solucioná-lo. Às vezes a escola não sabe como lidar com a leitura. Então, quando eu penso em modelo de leitura, busco integrar uma série de estudos. Quando se analisa o livro didático, percebe-se que a maioria das atividades é de localizar a informação, identificar qual é o tema do texto e dar uma opinião ou sair do texto. Trabalha-se pouco com o léxico, a sintaxe, a inferência. Aí, quando chegam as avaliações em massa, como do SAEB [Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica], ENEM [Exame Nacional do Ensino Médio], há um buraco enorme. Constata-se o que a escola ensina e as crianças conseguem se sair bem, por exemplo, localizar informações no texto, dar uma opinião ou extrapolar ou depreender o tema. Mas nas operações inferenciais, tão fundamentais na leitura, os estudantes não se dão bem. Isso precisa ser trabalhado e ainda não foi incorporado pela escola, pelo livro didático. Eu penso a leitura muito como operação mental, como um processo ativo do leitor, em que o professor pode interferir e ajudar. 
Como o professor lida como esse tipo de problema, habitualmente? 

Quando o professor fala que o menino não sabe ler, ele não está conseguindo identificar qual é o problema que ele tem. Depois de oito, dez anos de escola, não é possível que o menino não saiba ler. Ou ninguém fez nada durante esse tempo todo com ele, ou tem alguma habilidade de leitura que ele não conseguiu superar e ninguém o ajudou. Existem graus de leitura, graus de severidade de leitura. Uma hora, alguém tem que se sentar com esse menino e ensiná-lo, conquistar os pequenos espaços. 
Em geral, os professores sabem que ler pode ter vários significados?

A questão metodológica da leitura é embolada. Não se tem muita clareza de como é que se propõe uma boa aula de leitura. A aula de leitura, às vezes, é o professor pedir ao estudante que leia o texto e responda às questões do livro. Não se planeja atividades para se detectar o problema de leitura, nem para ajudá-lo a superar a dificuldade. Você precisa pegar na mão, mostrar, fazer junto, propor situações, servir de ponto de partida. É para dar soluções para as coisas. O menino, às vezes, não consegue ler porque o vocabulário atrapalhou, faltou conhecimento O que é que você faz se durante a leitura encontra uma palavra que não entende? Normalmente, se vai ao dicionário. Olhar no dicionário não é a única possibilidade. Você pode pensar um sentido que caiba nesse lugar, inferir, sacar. Se eu não conseguir, vou perguntar para alguém, dar um jeito, buscar solução. Tem um outro agravante: o ensino de língua portuguesa. A aula ainda é muito pautada no saber da gramática tradicional: frase, oração, estrutura de oração e da sintaxe. A escola perde muito tempo no trabalho metalinguístico e se esquece das estratégias de leitura. O que eu tenho visto é que não se trabalha a leitura, é como se o menino aprendesse o tempo inteiro pela experiência. O professor não tem clareza das habilidades que tem que desenvolver, por onde começar. Quais habilidades o estudante precisa ter para lidar com os textos narrativos, jornalísticos, o poético; com o grau de dificuldade dos textos, a sonoridade, a complexidade do vocabulário e do conteúdo. 
E o que mostram as avaliações de leitura?

O resultado das escolas brasileiras no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) - é terrível. A avaliação aborda questões que a escola não trabalha: referência, texto multimodal, relação de textos diferentes, inferência. São raras as didáticas que extrapolam do texto, que instigam a fazer inferência com dados de partes diferentes do texto. A lista do SAEB tem mais de vinte descritores, mas só três ou quatro deles são contemplados nas atividades dos livros didáticos. É possível fazer um planejamento e trabalhar a leitura em progressão. Das habilidades mais fáceis, por exemplo, as narrativas que os estudantes têm muito contato, desde pequenos, nos livros de literatura para os textos mais complexos, como os argumentativos. Eu gosto de trabalhar com um conjunto de textos de vários gêneros, contemplando diversas habilidades. Então, num artigo de opinião, vamos recuperar qual é a tese, quais são os argumentos, como é que o texto é construído, qual é o argumento contra, o argumento a favor, a opinião. O que é fato? O que é opinião? São elementos que a gente precisa identificar e se posicionar diante daquele texto. Outra possibilidade é ler e comparar várias versões de um mesmo conto, por exemplo, o Chapeuzinho Vermelho escrito por Charles Perrault , pelos Irmãos Grimm, ou ainda o Chapeuzinho Amarelo, do Chico Buarque. Eu fico pensando na pesquisa escolar que envolve leitura, busca, curiosidade. O menino corre atrás de um tema, mas sem orientação, recorte, foco. Como fazer pesquisa sem uma pergunta norteadora? 
A leitura está presente na formação do professor? 

Agora vou assumir a minha culpa. A universidade tem poucas disciplinas para trabalhar a leitura estritamente. Parte-se do pressuposto que os alunos que chegam à universidade são leitores maduros, não precisam desenvolver a leitura. E poucas disciplinas lidam com a leitura do ponto de vista pedagógico, didático. A universidade tem que rever a formação do professor que vai trabalhar com leitura, como ensinar leitura, a metodologia. Porque, às vezes, o professor começa a treinar algumas habilidades que vai cair naquele teste, em prova. Mas não trabalha aquilo de uma forma interessante, de modo que o texto ganhe vida, desperte o gosto pela leitura, a curiosidade de saber mais, a paixão pelos livros. É aí que mora a riqueza. Eu acho que a escola afoga esses meninos com muito conteúdo e o perguntar vai ficando meio guardadinho. O professor precisa pôr o menino para pensar, fazer perguntas, tentar buscar respostas e discutir com o colega, de pensar várias respostas para a mesma coisa. Não tem o certo, o errado, mas tem o possível e o impossível, o bem argumentado e o mal argumentado. É preciso deixar de lado a velha aula expositiva em que o professor fala e os alunos ficam calados. 
O que significa ser um bom leitor?

É uma pergunta difícil. Alguns textos são mais comuns no nosso cotidiano. Não se pode falar que tem que ser bom leitor de tudo: crônica, artigo de opinião, divulgação científica, texto de revista, jornais, livros de literatura. Muitos jovens são bons navegadores, mas não são bons leitores. Eles são bons buscadores de informação, mas quando eles acham a informação, o processamento daquela informação é muito raso, superficial. Na hora de ler com um grau de profundidade, fazer inferências, essa habilidade eles não têm, não conseguem avaliar a própria leitura. Outra coisa importante é dar um modelo de como é que se lê, fazer leitura oral com os estudantes. Como é que você lê um poema? Tem menino que lê um poema e lê uma notícia com a mesma entonação, do mesmo jeito. O professor pode levar para sala de aula um texto romântico ou um texto agressivo e perguntar para o grupo como fazer a leitura de cada um desses textos. Como é que é a entonação, a prosódia, a interpretação? Se você lê todas as personagens com a mesma voz, com a mesma entonação, não tem graça. O texto fica ruim. Agora, quando você faz aquele teatro vocal, monta a cor, o figurino, monta o som, você faz um cinema na tua cabeça. É uma outra coisa.
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