domingo, 29 de abril de 2012

SUGESTÃO DE LEITURA

a contadora de filmes

“Naquele tempo descobri que todo mundo gosta que alguém conte histórias. Todos querem sair da realidade um momento e viver esses mundos de ficção dos filmes, das radionovelas, dos romances.”

Deserto do Atacama, Chile

Com “A contadora de filmes”, o chileno Hernán Rivera Letelier nos aproxima do deserto de Atacama, conhecido como o mais solitário do mundo.

O livro fala sobre uma família apaixonada por cinema. Até que um acidente de trabalho tirou o movimento das pernas do pai, parte da renda e a rotina dos domingos daquela casa. Tirou ainda a mãe, que não suportou a invalidez do marido e foi embora, deixando com ele cinco filhos pequenos.

Como sempre acontece, a vida seguiu. Restou apenas a fuga da aridez por meio dos filmes. Ficção e realidade se misturavam com as aparições de Jerry Lewis, Marilyn Monroe, John Wayne e todo o elenco dos filmes mexicanos, os preferidos. Como não havia dinheiro suficiente para irem ao cinema juntos, como antigamente, a proposta foi que apenas um dos filhos assistisse aos filmes com a obrigação de contar o enredo quando voltasse.

A escolhida foi a caçula, Maria Margarida, que se mostrou melhor que os irmãos. Mais que narrar, ela interpretava, apropriava-se das obras, cantava e fazia seus próprios desfechos. Sempre que a memória falhava, sempre que sentia que a cena poderia machucar o pai. E assim passou a ser conhecida pelos moradores do povoado, que também queriam assistir a sua interpretação. Ganhou a notoriedade de suas estrelas favoritas. Tanto que, a exemplo de seus ídolos, mudou de nome no auge do sucesso: Fada Docine, contadora de filmes. Mas vieram as desilusões, a televisão e o golpe de estado de Pinochet. Ficaram, contudo, as histórias e a nostalgia daqueles que tiveram seus sonhos truncados. O livro será adaptado para o cinema por Walter Salles.

"Acho que no fundo eu tinha alma de fuxiqueira, pois além de tudo me bastava bater os olhos nas duas ou três fotos pregadas no cartaz – pelo olhar lascivo do padre, o sorrisinho inocente da menina ou o gesto cúmplice da beata – para poder inventar uma trama, imaginar uma história inteira e passar o meu próprio filme."


quinta-feira, 12 de abril de 2012

REFLEXÃO DO MÊS

"Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, sem dúvida, o livro. 
Os outros são extensões do seu corpo. 
O microscópio, o telescópio são extensões da sua visão; 
o telefone é extensão da voz; logo temos o arado e a espada, extensões do seu braço. 
Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação."
Jorge Luis Borges in Borges, Oral: Livro.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL



Hans Christian e um de seus principais personagens – O Patinho Feio
A literatura infantil surgiu no século XVII, no intuito de educar as crianças moralmente.
Em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, foi criado o dia internacional do livro infantil, que é comemorado na data de seu nascimento, 02 de abril; em virtude das inúmeras histórias criadas por ele.
Dentre as mais conhecidas mundialmente estão “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Sereia” e “As Roupas Novas do Imperador”.
A data é conhecida e comemorada mundialmente, em mais de sessenta países, como forma de incentivar e despertar nas crianças o gosto pela leitura.
Tanto os clássicos da literatura infantil quanto os livros somente ilustrados, proporcionaram o desenvolvimento do imaginário das crianças, bem como o aspecto cognitivo, desenvolvendo seu aprendizado em várias áreas da vida.
As histórias reportam valores morais e éticos, que levam o sujeito a repensar suas atitudes do cotidiano, numa reflexão que pode modificar sua ação, tornando-a melhor enquanto pessoa.
Segundo Humberto Eco – escritor, filósofo e linguista italiano – a literatura infantil traz sentido aos fatos que acontecem na vida, envolvendo as crianças. Dessa forma, “qualquer passeio pelos mundos ficcionais tem a mesma função de um brinquedo infantil.
As crianças brincam com a boneca, cavalinho de madeira ou pipa a fim de se familiarizar com as leis físicas do universo e com os atos que realizarão um dia”.
Todos os anos a Internacional Board on Books for Young People, oferece o troféu “Hans Christian”, como sendo o prêmio Nobel desse gênero, algumas escritoras brasileiras já foram homenageadas, como Lygia Bojunga, no ano de 1982, e Ana Maria Machado, em 2000.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola