Ana Celeste de Vasconcellos Reis Moraes *
Em primeiro lugar gostaria de ressaltar que o livro ‘Caçadas de Pedrinho’, um clássico da literatura infantil escrito por Monteiro Lobato foi publicado em 1933, época que ainda não tínhamos as leis voltadas para as políticas públicas sobre as relações étnico-raciais. Também não podemos esquecer que nessa época a criança não tinha vez nem voz na sociedade e foi Lobato primeiro autor que deu voz a essas crianças, tratando-as com respeito, acredito que esteja aí seu sucesso, que permanece até nossos dias.
RESPEITO É BOM E QUEM NÃO GOSTA?
Devemos lembrar que na literatura infanto- juvenil existem obras que discriminam a mulher, o pobre, a criança, e outros grupos. Sem contar com os livros em que seus personagens têm atitudes que não condizem com a “filosofia do politicamente correto” tão discutida nos dias de hoje. Acredito que censurar não é o caminho correto, o caminho é um diálogo bem orientado. Não adianta esconder a sujeira em baixo do tapete, fazer isso é omissão por parte de todos nós, pais, avós, professores ou responsáveis por essas crianças.
Quanto ao trabalho do professor, este pode contextualizar o problema do racismo na época, comparar com os dias de hoje e usar a sua criatividade para promover a discussão em sala de aula. O papel do professor é ser o mediador da leitura, oferecer elementos e informações sobre o contexto em que o livro foi escrito. Os professores são capazes e preparados para lidar com situações deste tipo, basta ter bom senso e critérios de julgamento para elaborar e organizar as informações com seus alunos.
*Ana Celeste de Vasconcellos Reis Moraes – Mestre em Educação - Professora de Sala de Leitura da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro
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