POEMA DA MENTE
Affonso Romano de Sant`Anna
Há um candidato a presidente que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele mente sincera/mente,
Mais que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente, desavergonhadamente.
E mente tão nacional/mente,
com o apoio da mídia GLOBOalmente
Que acha que mentindo história afora,
Vai nos enganar eterna/mente.
Acrescento que não só mente,
mas quer chegar ao Planalto custe o que custar,
quer trazer um passado triste,
que matou sonhos e conspirou covarde\mente
contra os mais pobres e miseráveis
e que agora se diz querer a todos que
vivam decente\mente, democraticamente...,
e quem quer crer nesse presidente SERRA,
que creia, mais só crê nisso
quem for de\mente.
Honestamente deprimente, indecente.
Este blog tem por finalidade (ou pretende) servir de apoio na formação continuada dos professores de Sala de Leitura da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, com a presença de textos teóricos e pensamentos de estudiosos e/ou especialistas na área da leitura e da Literatura envolvendo as diferentes linguagens artísticas lidas na escola.
domingo, 31 de outubro de 2010
CONSELHO DE EDUCAÇÃO QUER VETAR LIVRO DE MONTEIRO LOBATO EM ESCOLAS
Publicado na Folha de São Paulo em 29/10/2010
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Monteiro Lobato (1882-1948), um dos maiores autores de literatura infantil, está na mira do CNE (Conselho Nacional de Educação). Um parecer do colegiadopublicado no "Diário Oficial da União" sugere que o livro "Caçadas de Pedrinho"não seja distribuído a escolas públicas, ou que isso seja feito com um alerta,sob a alegação de que é racista.
Para entrar em vigor, o parecer precisa ser homologado pelo ministro da
Educação, Fernando Haddad. O texto será analisado pelo ministro e pela
Secretaria de Educação Básica. O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a
colégios de ensino fundamental pelo PNBE (Programa Nacional de Biblioteca na
Escola).
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensãodos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
Publicado em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo na procura de uma onça-pintada. Conforme o parecer do CNE, oracismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como ourubu e o macaco.
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz a conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG.
Entre os trechos que justificariam a conclusão, o texto cita alguns em que Tia
Nastácia é chamada de "negra". Outra diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus
numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".
Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens".
Por isso, Nilma sugere ao governo duas opções: 1) não selecionar para o PNBE
obras que descumpram o preceito de "ausência de preconceitos e estereótipos";2) caso a obra seja adotada, tenha nota "sobre os estudos atuais e críticos quediscutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
À Folha Nilma disse que a obra pode afetar a educação das crianças. "Se temos
outras que podemos indicar, por que não indicá-las?"
Seu parecer, aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE, foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência, que a recebeu de Antonio Gomes da Costa Neto, mestrando da UnB.
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Monteiro Lobato (1882-1948), um dos maiores autores de literatura infantil, está na mira do CNE (Conselho Nacional de Educação). Um parecer do colegiadopublicado no "Diário Oficial da União" sugere que o livro "Caçadas de Pedrinho"não seja distribuído a escolas públicas, ou que isso seja feito com um alerta,sob a alegação de que é racista.
Para entrar em vigor, o parecer precisa ser homologado pelo ministro da
Educação, Fernando Haddad. O texto será analisado pelo ministro e pela
Secretaria de Educação Básica. O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a
colégios de ensino fundamental pelo PNBE (Programa Nacional de Biblioteca na
Escola).
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensãodos processos históricos que geram o racismo no Brasil".
Publicado em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo na procura de uma onça-pintada. Conforme o parecer do CNE, oracismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como ourubu e o macaco.
"Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano", diz a conselheira que redigiu o documento, Nilma Lino Gomes, professora da UFMG.
Entre os trechos que justificariam a conclusão, o texto cita alguns em que Tia
Nastácia é chamada de "negra". Outra diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus
numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".
Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens".
Por isso, Nilma sugere ao governo duas opções: 1) não selecionar para o PNBE
obras que descumpram o preceito de "ausência de preconceitos e estereótipos";2) caso a obra seja adotada, tenha nota "sobre os estudos atuais e críticos quediscutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
À Folha Nilma disse que a obra pode afetar a educação das crianças. "Se temos
outras que podemos indicar, por que não indicá-las?"
Seu parecer, aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE, foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Presidência, que a recebeu de Antonio Gomes da Costa Neto, mestrando da UnB.
sábado, 30 de outubro de 2010
MOVIMENTO POR UM BRASIL LITERÁRIO
"A literatura nos abre mundos. Lendo é possível estabelecer uma profunda relação de intimidade entre o leitor, o escritor e os seus personagens. Ao abrir um livro, uma nova história começa sob a perspectiva de quem o lê. A leitura literária possibilita o exercício da liberdade, abre espaço para a fantasia e o poder de criar. É capaz de abrir um diálogo entre o vivido e o sonhado, de acolher as inquietudes e incluir as diferenças, como mostra o Manifesto por um Brasil literário. Na recomposição do sentido da vida, no resgate capaz de gerar outra vez emoção e na manutenção da memória de quem somos, a leitura literária pode exercer sua função social."
Visite o site e filie-se. Participe.
RETIRADO:Moviemento por um Brasil Literário
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
5º CHÁ LITERÁRIO DA EMAT
Cheguei a pouco de mais delicioso Chá Literário na E. M. Anísio Teixeira, que a cada ano se aprimora.
Os alunos, muito bem orientados pela competentíssima equipe de Língua Portuguesa, além de calorosa recepção aos convidados, deram boa mostra de produção textual, como sempre, de qualidade.
Interdisciplinaridade e expressão da literatura em diferentes linguagens também vem se afinando também. Teatro, dança, música, cinema, declamação e leitura de poemas e frases de Mario Quintana, o autor homenageado, tornaram a tarde de hoje um presente para quem estava lá. As famílias presentes se emocionaram juntamente com ex-professores.
A intertextualidade com Quintana, Drummond, Neruda e outros ícones da literatura geraram textos de opinião e revelaram jovens poetas.
Neste ano, Ana Lúcia, a professora da Sala de Leitura, mais uma vez ousou, ao buscar interseção do autor homenageado, Quintana, com Noel Rosa e para isso contou com a participação do estagiário da escola, não por acaso filho de um ex-professor da EMAT, que trouxe colegas de faculdade, um jovem poeta e também um músico para tocar e falar sobre o poeta da Vila.
Saímos de lá embalados pela genialidade musical de Noel, e eu, reflexiva.
A E.M. Anísio Teixeira, até então única escola de 6º ao 9º ano, com horário integral dentre as 1064 escolas, foi tornada Ginásio Carioca. A Equipe Pedagógica da escola perde autonomia em gestão de projetos muito particulares assim como alguns elementos do corpo docente de grande valor, impossibilitados pela obrigatoriedade de 40 horas semanais.
Para finalizar, deixo uma mensagem – METADE – que expressa um pouco do sentimento de quem conviveu por 5 anos com uma equipe comprometida com o aluno e sua formação cidadã, sujeitos críticos antes de qualquer coisa.
http://www.youtube.com/watch?v=ze3yMTMB8-Y
É como sempre reafirma Ana... “Não somos nem melhores nem piores, somos apenas diferentes”
Concluo com um poema de Quintana, porque, como diz Fátima Miguez, hoje é quinta-feira, dia de Quintanear...
A NOSSA CANÇÃO DE RODA
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo
como a voz dos passarinhos-
mas que será que dizia?
A nossa canção de roda
era boba como a lua.
Mas a roda dispersou-se
cada qual perdeu seu par...
Agora,nossos fantasmas meninos
talvez a cantem na lua...
talvez que junto a algum leito
a morte a esteja a cantar
como quem nana um filhinho...
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo:era
uma girândola de vozes
chispando
mais lindas do que as estrelas
era uma fogueira acesa
para enganar o medo, o grande medo
que a Noite sentia da sua própria escuridão.
Mario Quintana
in "Baú de Espanto"
Como sempre digo, quem não foi, perdeu!
Os alunos, muito bem orientados pela competentíssima equipe de Língua Portuguesa, além de calorosa recepção aos convidados, deram boa mostra de produção textual, como sempre, de qualidade.
Interdisciplinaridade e expressão da literatura em diferentes linguagens também vem se afinando também. Teatro, dança, música, cinema, declamação e leitura de poemas e frases de Mario Quintana, o autor homenageado, tornaram a tarde de hoje um presente para quem estava lá. As famílias presentes se emocionaram juntamente com ex-professores.
A intertextualidade com Quintana, Drummond, Neruda e outros ícones da literatura geraram textos de opinião e revelaram jovens poetas.
Neste ano, Ana Lúcia, a professora da Sala de Leitura, mais uma vez ousou, ao buscar interseção do autor homenageado, Quintana, com Noel Rosa e para isso contou com a participação do estagiário da escola, não por acaso filho de um ex-professor da EMAT, que trouxe colegas de faculdade, um jovem poeta e também um músico para tocar e falar sobre o poeta da Vila.
Saímos de lá embalados pela genialidade musical de Noel, e eu, reflexiva.
A E.M. Anísio Teixeira, até então única escola de 6º ao 9º ano, com horário integral dentre as 1064 escolas, foi tornada Ginásio Carioca. A Equipe Pedagógica da escola perde autonomia em gestão de projetos muito particulares assim como alguns elementos do corpo docente de grande valor, impossibilitados pela obrigatoriedade de 40 horas semanais.
Para finalizar, deixo uma mensagem – METADE – que expressa um pouco do sentimento de quem conviveu por 5 anos com uma equipe comprometida com o aluno e sua formação cidadã, sujeitos críticos antes de qualquer coisa.
http://www.youtube.com/watch?v=ze3yMTMB8-Y
É como sempre reafirma Ana... “Não somos nem melhores nem piores, somos apenas diferentes”
Concluo com um poema de Quintana, porque, como diz Fátima Miguez, hoje é quinta-feira, dia de Quintanear...
A NOSSA CANÇÃO DE RODA
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo
como a voz dos passarinhos-
mas que será que dizia?
A nossa canção de roda
era boba como a lua.
Mas a roda dispersou-se
cada qual perdeu seu par...
Agora,nossos fantasmas meninos
talvez a cantem na lua...
talvez que junto a algum leito
a morte a esteja a cantar
como quem nana um filhinho...
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo:era
uma girândola de vozes
chispando
mais lindas do que as estrelas
era uma fogueira acesa
para enganar o medo, o grande medo
que a Noite sentia da sua própria escuridão.
Mario Quintana
in "Baú de Espanto"
Como sempre digo, quem não foi, perdeu!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
MAIORIDADE LITERÁRIA!
Ontem estivemos no laçamento do livro de Anna Claudia Ramos, Pra onde vão os dias que passam?, com ilustrações de Martha Werneck, pela editora Escrita Fina.
Foi uma linda festa, com a presença dos familiares, amigos e fãs. O sorriso e o brilho no olhar foi só um tantinho de felicidade da Anna.
Vejam o que a autora diz na apresentação do livro:
"Apresentar esta nova edição do meu livro Pra onde vão os dias que passam? é como dizer ao mundo que o filho mais velho de minha prole de papel está completando 18 anos.
A primeira edição foi publicada pela Editora Ao Livro Técnico em setembro de 1992. Tinha ilustrações de Rui de Oliveira, quarta capa assinada por Anna Maria Machado. Tudo o que uma escritora iniciante poderia desejar para seu primeiro livro. E havia naquela publicação um marco: Pra onde vão os dias que passam? era o niício da concretização de minha necessidade de reinventar a vida pelas histórias.
Escrever este livro foi a maneira que encontrei de buscar algumas respostas para tantas perguntas que moram em mim, sobretudo perguntas sobre o tempo, tema recorrente em meus livros. Com a personagem Mariana, pude perder medos e alargar horizontes. Quer coisa mais mágica do que isto? Poder criar e reinventar novas possibilidades de ser. Adoro esse encantamento!"
Então... Ficaram curiosos? Faça como eu: leia o livro e os depoimentos citados! Vocês não se arrependerão!
Foi uma linda festa, com a presença dos familiares, amigos e fãs. O sorriso e o brilho no olhar foi só um tantinho de felicidade da Anna.
Vejam o que a autora diz na apresentação do livro:
"Apresentar esta nova edição do meu livro Pra onde vão os dias que passam? é como dizer ao mundo que o filho mais velho de minha prole de papel está completando 18 anos.
A primeira edição foi publicada pela Editora Ao Livro Técnico em setembro de 1992. Tinha ilustrações de Rui de Oliveira, quarta capa assinada por Anna Maria Machado. Tudo o que uma escritora iniciante poderia desejar para seu primeiro livro. E havia naquela publicação um marco: Pra onde vão os dias que passam? era o niício da concretização de minha necessidade de reinventar a vida pelas histórias.
Escrever este livro foi a maneira que encontrei de buscar algumas respostas para tantas perguntas que moram em mim, sobretudo perguntas sobre o tempo, tema recorrente em meus livros. Com a personagem Mariana, pude perder medos e alargar horizontes. Quer coisa mais mágica do que isto? Poder criar e reinventar novas possibilidades de ser. Adoro esse encantamento!"
Então... Ficaram curiosos? Faça como eu: leia o livro e os depoimentos citados! Vocês não se arrependerão!
domingo, 24 de outubro de 2010
PARABÉNS ZIRALDO! OS PROFESSORES DE SALA DE LEITURA DA REDE MUNICIPAL DO RIO SÃO MALUQUINHOS POR VOCÊ!!!
A BELA BORBOLETA
"- Como você não está presa????
E a borboleta explicou:
- Eu não estou presa,porque cada vez que uma menina -que gosta do Gato-de-Botas,por exemplo - abre este livro e move suas páginas.eu bato minhas asas!
_ Eu não estou presa,porque,cada vez que o pai de um menino - com saudade do Peter Pan -tira este livro da estante e torna a passar suas páginas,eu volto a voar.
- Eu voo com Alice ou com os Sete Anões,eu voo com a Branca de Neve ou com Príncipe Encantado...
- Eu voo em cada sono da Bela adormecida,eu voo nos ponteiros do Coelho do Relógio,eu voo em cada sonho do Patinho Feio.quando alguém abre o livro e folheia minhas páginas -terminou a borboleta,toda emocionada.quase virando poeta.
- Mas é claro! - falou o menos dos Anõezinhos. Ela só não voa quando o livro está fechado! .... "
Ziraldo
Parabéns e obrigada por todas as borboletas que faz voar. Quantos de nós e de nossos alunos voaram com suas borboletas! Saúde e muitas outras borbeletas mais!
Ana Lucia Miranda Pereira - Professora de Sala de Leitura da E.M. Anísio Teixeira.
sábado, 16 de outubro de 2010
PRIMAVERA DOS LIVROS
Enfim, chegou o evento literário mais charmoso da cidade...
A partir do dia 21/10, até o dia 24/10, estará acontecendo a 10ª Primavera dos Livros, nos Jardins do Museu da República, com entrada gratuita. promovida pela LIBRE em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
Além do desconto de 50% nos livros, no Dia do Professor (22/10), a LIBRE também organizou o Seminário Leitura e Aprendizagem: um exercício de muitos olhares, com direito a certificado
Além do desconto de 50% nos livros, no Dia do Professor (22/10), a LIBRE também organizou o Seminário Leitura e Aprendizagem: um exercício de muitos olhares, com direito a certificado
Nos encontramos vai no dia 22/10...
Beijos,
Regina Karla
Acessem o link para se inscrever no Seminário...
http://www.libre.org.br/professor.aspClique aqui para se inscrever:
http://www.libre.org.br/professor.asp
MENSAGEM DE FÁTIMA MIGUEZ PARA NÓS!
Primavera, 15 de outubro de 2010.
Salve o dia do professor!!! A paz em acordes de alegria!!! Parabéns pelo dia de hoje, o dia do mestre!!! Depurem cada vez mais o exercício de ser professor!!! Professor não é quem só ensina, professor é quem aprende ensinando... De presente, segue um texto poético sobre o meu sonho de ser professora que foi plantado na infância e regado a vida toda. Este texto faz parte do livro "Nas arte-manhas do imaginário infantil. O lugar da literatura na sala de aula.", da Editora Nova Fronteira. Tenham um dia feliz!! Um abraço festivo,
Fátima Miguez
UM DEPOIMENTO PESSOAL
Fátima Miguez
No princípio era o sonho... Eu brincava de ser professora riscando no portal da minha casa as aulas que eu sonhava dar... Cadernos velhos espalhados pelo chão eram alunos... No imaginário, cada um tinha um nome... Empilhados nas paredes ficavam os livros que eram, justamente, os tijolos descascados daquela humilde casa da infância. Casa que abrigava um dos mais ricos brinquedos de uma criança, a imaginação. Esta história pertence a um tempo que fez da inventividade da criança o motor natural da sua infância. E brincando de dar aulas fui descobrindo o feitiço da minha primeira experiência como professora. Assim, fui lançando sementes na Terra da minha infância grávida de desejos puros, ainda imaturos... Então, eu-menina-professora ia tecendo belas lições na tela das brincadeiras preferidas. E na solidão daquela sala repleta de alunos imaginários, o eu-menina preparava a morada do eu-adulto que, aos poucos, desabrochava... Nas floradas da vida meu ser ia frutificando sempre novas esperanças... De risco em risco, fui desenhando meu futuro, sem saber ao certo quem era a professora, quem era eu, pois cada vez mais nós nos confundíamos... Eu cresci, ela, também, cresceu dentro de mim e nos lançamos no desejo de arriscar, de colocar em prática o sonho que eu-menina escrevi no portão do meu quintal. Sei que tenho nessas horas de sonho da infância a minha descoberta mais profunda. E, como um poeta-sementeiro na Terra da Poesia fui atirando rimas de amor e esperança ao solo já tão desgastado da profissão-amada e fui criando raízes nessa travessia muito apaixonada. Cada vez mais fui me descobrindo nas tantas buscas em que me envolvi pelos caminhos do Magistério, percebendo que o quintal dos antigos sonhos estava, finalmente renascendo de verdade nas salas de aula da Universidade. E, agora, não mais imatura, eu tinha além do diploma, o olhar confiante dos alunos, presenças-presentes no meu dia-a-dia profissional. Alunos que buscam em mim respostas para as perplexas indagações do mundo, olhares desafiantes que se lançam no trágico e fascinante itinerário do conhecer. Fui percebendo que o chamado profissional era a senha da minha vida, pois o encanto da profissão desejada não passava, aumentava em inquietante busca. Comecei a descobrir a magia de estar junto daqueles que considero parceiros de ideais e que sempre privilegiei na minha jornada profissional: os meus alunos. E com a crença de que sonhamos o mesmo sonho, pois os sonhos não envelhecem, e como no poema se Mário Quintana designado "Imemorial": sempre que se sonha alguma coisa / tem-se a idade do tempo em que as sonhamos..., fui disseminando nos meus parceiros-alunos a faísca vocacional.
Sabemos, pois, que o sonho é a energia primeira, é o começo de toda grande concretização. É a alegria autêntica desta descoberta que deve fortalecer, conservar e impulsionar toda história profissional. É este momento inaugural de toda vocação que precisa estar sempre vivo, palpitando no ser poético da profissão. Portanto, o professor, assim como o artista _ mestres no dizer e no sonhar _ devem procurar escutar seu ideal para transformá-lo num cantar maior ofertado à comunhão dos homens.
Esta é a misteriosa força que devemos manifestar no caloroso convívio da sala de aula. Estou certa de que esse depoimento pessoal resgatando a origem da minha trajetória docente é testemunho do chamado da missionária profissão do magistério. É o exercício dessa paixão constante que tenho levado para os encontros com professores nas oficinas de literatura infantil e juvenil.
Tenho afirmado nessas oficinas que o prazer de manifestar o ser poético do magistério é algo carente de revitalização por parte dos profissionais da área. Precisamos afastar o desânimo das decepções, dos obstáculos que se colocam, muitas das vezes, diante daqueles que lutam por uma Educação melhor e acionar um dispositivo utópico para reacender o vigor vocacional.
Fátima Miguez
No princípio era o sonho... Eu brincava de ser professora riscando no portal da minha casa as aulas que eu sonhava dar... Cadernos velhos espalhados pelo chão eram alunos... No imaginário, cada um tinha um nome... Empilhados nas paredes ficavam os livros que eram, justamente, os tijolos descascados daquela humilde casa da infância. Casa que abrigava um dos mais ricos brinquedos de uma criança, a imaginação. Esta história pertence a um tempo que fez da inventividade da criança o motor natural da sua infância. E brincando de dar aulas fui descobrindo o feitiço da minha primeira experiência como professora. Assim, fui lançando sementes na Terra da minha infância grávida de desejos puros, ainda imaturos... Então, eu-menina-professora ia tecendo belas lições na tela das brincadeiras preferidas. E na solidão daquela sala repleta de alunos imaginários, o eu-menina preparava a morada do eu-adulto que, aos poucos, desabrochava... Nas floradas da vida meu ser ia frutificando sempre novas esperanças... De risco em risco, fui desenhando meu futuro, sem saber ao certo quem era a professora, quem era eu, pois cada vez mais nós nos confundíamos... Eu cresci, ela, também, cresceu dentro de mim e nos lançamos no desejo de arriscar, de colocar em prática o sonho que eu-menina escrevi no portão do meu quintal. Sei que tenho nessas horas de sonho da infância a minha descoberta mais profunda. E, como um poeta-sementeiro na Terra da Poesia fui atirando rimas de amor e esperança ao solo já tão desgastado da profissão-amada e fui criando raízes nessa travessia muito apaixonada. Cada vez mais fui me descobrindo nas tantas buscas em que me envolvi pelos caminhos do Magistério, percebendo que o quintal dos antigos sonhos estava, finalmente renascendo de verdade nas salas de aula da Universidade. E, agora, não mais imatura, eu tinha além do diploma, o olhar confiante dos alunos, presenças-presentes no meu dia-a-dia profissional. Alunos que buscam em mim respostas para as perplexas indagações do mundo, olhares desafiantes que se lançam no trágico e fascinante itinerário do conhecer. Fui percebendo que o chamado profissional era a senha da minha vida, pois o encanto da profissão desejada não passava, aumentava em inquietante busca. Comecei a descobrir a magia de estar junto daqueles que considero parceiros de ideais e que sempre privilegiei na minha jornada profissional: os meus alunos. E com a crença de que sonhamos o mesmo sonho, pois os sonhos não envelhecem, e como no poema se Mário Quintana designado "Imemorial": sempre que se sonha alguma coisa / tem-se a idade do tempo em que as sonhamos..., fui disseminando nos meus parceiros-alunos a faísca vocacional.
Sabemos, pois, que o sonho é a energia primeira, é o começo de toda grande concretização. É a alegria autêntica desta descoberta que deve fortalecer, conservar e impulsionar toda história profissional. É este momento inaugural de toda vocação que precisa estar sempre vivo, palpitando no ser poético da profissão. Portanto, o professor, assim como o artista _ mestres no dizer e no sonhar _ devem procurar escutar seu ideal para transformá-lo num cantar maior ofertado à comunhão dos homens.
Esta é a misteriosa força que devemos manifestar no caloroso convívio da sala de aula. Estou certa de que esse depoimento pessoal resgatando a origem da minha trajetória docente é testemunho do chamado da missionária profissão do magistério. É o exercício dessa paixão constante que tenho levado para os encontros com professores nas oficinas de literatura infantil e juvenil.
Tenho afirmado nessas oficinas que o prazer de manifestar o ser poético do magistério é algo carente de revitalização por parte dos profissionais da área. Precisamos afastar o desânimo das decepções, dos obstáculos que se colocam, muitas das vezes, diante daqueles que lutam por uma Educação melhor e acionar um dispositivo utópico para reacender o vigor vocacional.
Que este vigor esteja sempre presente no dia-a-dia de cada um de vocês que como professores, ou mestres da palavra, tocam corações e plantam sementes de esperanças construindo, assim, um mundo melhor. Tenham todos um fim de semana lindo com muita paz no coração. Feliz dia dos professores!!! Um abraço festivo,
Fátima Miguez
ANNA CLAUDIA RAMOS LANÇA LIVRO NO RJ
Queridas amigas,
este lançamento é muito especial para mim.
Estou comemorando minha maioridade literária: 18 anos publicando livros para crianças e jovens.
Será uma alegria imensa ter vocês por perto neste dia, pois cada um de vocês faz parte da minha trajetória.
um beijo grande e até dia 25 de outubro!!
Anna Claudia
DICA DO ITAÚ CULTURAL
Pessoal
A Fundação Itaú está distribuindo gratuitamente um kit de livros infantis. É só entrar no link abaixo e se cadastrar.O objetivo é incentivar a leitura infantil.
A Fundação Itaú está distribuindo gratuitamente um kit de livros infantis. É só entrar no link abaixo e se cadastrar.O objetivo é incentivar a leitura infantil.
Eu já pedi o meu !!!!!!
Divulguem para os amigos com crianças!
http://www.lerfazcrescer.com.br
Divulguem para os amigos com crianças!
http://www.lerfazcrescer.com.br
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!!
Os livros21
View more presentations from Regina Karla de Azevedo.
"Dentro do projeto Rio, uma cidade de Leitores, dentro do projeto Ceará, uma escola de Leitores e dentro do meu projeto pessoal de fazer da leitura parte da minha vida, gostaria de compartilhar com vocês esse trabalho que achei sensacional. Esta é minha contribuição e homenagem a todos os professores de Sala de Leitura ,que fazem do livro parte de suas existências.
Abraços carinhosos,
Luciana Barreto, Sala de Leitura E.M. Ceará
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
ANA MARIA MACHADO GANHA UM NOVO PRÊMIO INTERNACIONAL
A escritora e membro da Academia Brasileira de Letras Ana Maria Machado é a primeira ficcionista brasileira e ganhar o Prêmio Príncipe Claus. O anúncio foi feito em cerimônia pública em Amsterdam no dia 7 de setembro e a entrega do prêmio de 25 mil euros será feita em janeiro de 2011. A decisão foi de um júri internacional a serviço do Fundo Príncipe Claus – uma plataforma de intercâmbio cultural holandesa que, desde 1997, busca dar ênfase ao reconhecimento da cultura como pré-requisito para o progresso material.
O parecer do júri assinala que a Ana Maria Machado “escreve histórias poderosas que tratam de preconceitos e dos direitos humanos, sempre com um olhar original, bem humorado e poético, por intermédio de uma consumada maestria da escrita”.
PublishNews - 10/09/2010 - Redação
DECLAME PARA DRUMMOND
Que tal enviar um poema de aniversário para Drummond? Em homenagem aos 102 anos de um dos maiores ícones da poesia brasileira, Carlos Drummond de Andrade, em 31 de outubro de 2010, será realizada uma intervenção poética na praia de Copacabana, junto à estátua do poeta.
A homenagem consiste na instalação de balões a gás por 102 metros de orla com poemas oferecidos por poetas de todo o Brasil, conhecidos ou não. A idealização e curadoria do Declame para Drummond é da poeta e produtora cultural Marina Mara, que desenvolve projetos de popularização da poesia por todo o país.
Envie o seu poema (ou o poema de sua escolha) em homenagem a Drummond até o dia 22 de outubro de 2010 para marinamara@gmail.com.
Participe!
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
DESAFIOS
Começamos mais uma semana, mais um mês, que para nós é de muito trabalho e uma infinidade de desafios, em especial o desafio de colocar a leitura nas praças.
Vem aí a 6ª Maratona de Histórias da rede municipal do Rio, momento de colocarmos nosso bloco na rua, mostrar para a cidade um Rio de leitores que somos e formamos há vários anos.
Tomemos as praças! Abramos nossas escolas e as portas das Salas de Leitura para as famílias, para a comunidade do entorno, derramando sobre toda a cidade os prazeres da leitura!
A mudança de data da Maratona de Histórias, que antes se realizava no dia 31 de outubro, não foi muito feliz, pois nosso desafio maior é o tempo, que parece ter asas cada vez maiores, fugindo ao nosso controle.
Para nossa reflexão neste momento, mais um poema de Ronaldo Lima Lins
DESAFIO
Desafio é um convite,
um pleito, uma advertência...
Doce às vezes como o mel
pode se assemelhar ao fel.
É taça que se bebe quente,
prato que se come urgente.
Há desafios generosos
_ e há traçoeiros,
os que costumam cobrar a derrota
a peso de ouro e prata.
Em geral, não são singulares.
Têm qualidades e rostos
para todos os gostos,
armas terríveis,
de muitas possibilidades.
Vênce-los,
não é apenas a parte de um jogo.
É a vida em transmutação,
o errado que dá certo,
a marca do destino posta em dúvida...
Os maiores são aqueles
que começam
_ e os que terminam.
Pois o segredo do início
está no fim,
no círculo perfeito
do desenlace,
no instante da chegada,
a única e definitiva hora,
o lance mais ousado;
o que , verdadeiramente,
diz
que somos o que somos.
( "Mais do que a areia menos do que a pedra", Editora 7 Letras, páginas 125-126 )
Vem aí a 6ª Maratona de Histórias da rede municipal do Rio, momento de colocarmos nosso bloco na rua, mostrar para a cidade um Rio de leitores que somos e formamos há vários anos.
Tomemos as praças! Abramos nossas escolas e as portas das Salas de Leitura para as famílias, para a comunidade do entorno, derramando sobre toda a cidade os prazeres da leitura!
A mudança de data da Maratona de Histórias, que antes se realizava no dia 31 de outubro, não foi muito feliz, pois nosso desafio maior é o tempo, que parece ter asas cada vez maiores, fugindo ao nosso controle.
Para nossa reflexão neste momento, mais um poema de Ronaldo Lima Lins
DESAFIO
Desafio é um convite,
um pleito, uma advertência...
Doce às vezes como o mel
pode se assemelhar ao fel.
É taça que se bebe quente,
prato que se come urgente.
Há desafios generosos
_ e há traçoeiros,
os que costumam cobrar a derrota
a peso de ouro e prata.
Em geral, não são singulares.
Têm qualidades e rostos
para todos os gostos,
armas terríveis,
de muitas possibilidades.
Vênce-los,
não é apenas a parte de um jogo.
É a vida em transmutação,
o errado que dá certo,
a marca do destino posta em dúvida...
Os maiores são aqueles
que começam
_ e os que terminam.
Pois o segredo do início
está no fim,
no círculo perfeito
do desenlace,
no instante da chegada,
a única e definitiva hora,
o lance mais ousado;
o que , verdadeiramente,
diz
que somos o que somos.
( "Mais do que a areia menos do que a pedra", Editora 7 Letras, páginas 125-126 )
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