domingo, 6 de janeiro de 2013

Um pouco de Roseana e sua/nossa poesia essencial... Hoje a vida de todos os dias, a festa simples do cotidiano, cheia de milagres, cheiros e afazeres. Evoco as aranhas: há que tecer cada segundo, minuto, cada hora uma volta da teia. O dia amanheceu fresco, silencioso. Nâo há sol. No jardim uma orquídea nos oferece um cacho de belas flores. O feijão para o almoço está de molho. Por pura coincidência leio com um mínimo intervalo, o segundo livro sobre a Viena no final do século XIX e princípio do século XX. Ainda não inventaram nenhuma máquina do tempo melhor do que um belo livro. Passeio por Viena a quualquer hora do dia. E leio que em breve cientistas conseguirão ler pensamentos. Então será preciso inventar um cofre lacrado dentro da mente para guardar nossos pensamentos secretos, para que se tornem invioláveis. Dar a chave dos nossos pensamentos secretos será a maior prova de amor no futuro. Recomeçamos, sempre recomeçamos. OUVIR ESTRELAS Mergulhar os ossos na tinta fresca do universo apanhar com a boca o voo dos peixes e pássaros arrancar da terra as palavras e guardá-las em algum lugar obscuro da casa pegar das estrelas seu grito de pavor e luz. in Pássaros do Absurdo, ed. Tchê, esgotado.

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